Por Marcelo Cavalcante
A 1.ª quinzena de julho fechou com as 104.365 unidades, é a melhor parcial dos últimos 9 anos, esse volume representa um crescimento de 79,39% em relação ao mês anterior e avança 54% quando comparado com o ano de 2022, o desempenho da quinzena é parcialmente justificado pelas vendas represadas do mês de junho (MP1175).
No acumulado do ano já foram vendidos 1.038.884 veículos, esse resultado representa um crescimento de 13% ante 2022 e um recuo de 22,47% quando comparado com o período pré pandemia.
Mesmo com números tão positivos o setor permanece em alerta com a sombra das paralisações das montadoras e da estagnação da curva de crescimento do semestre, que ficou abaixo do realizado no ano de 2021.
A ressaca da MP1175 já começa a ser observada por muitos concessionários, o movimento registra queda, assim como o volume de novas negociações.
O crescimento nas vendas durante com o programa de incentivo, demonstrou que os preços dos automóveis seguem sendo um dos entraves para a recuperação do setor, o mantra de investir em produtos com maior valor agregado, foi uma alternativa acertada para compensar as perdas pela queda nas vendas, mas limita a recuperação.
Juros altos, perda de poder aquisitivo e aumento nos preços, não são uma exclusividade brasileira, todos os principais mercados globais tem os mesmos obstáculos, nosso resultado do semestre quando comparado com o período pré pandemia está semelhante ao realizado no continente Europeu, que tem como agravante os reflexos da guerra da Ucrânia e a mudança acelerada da matriz energética.
Os dados atuais projetam vendas em julho entre 196 mil até 205 mil unidades e vendas acumuladas acima de 1.133.000 veículos.
As vendas no varejo na parcial de julho foram de 67.651 unidades, o que representa uma participação de 56,80%, em volume a modalidade cresce 74,52% ante a quinzena de junho.
O atacado vendeu na quinzena 45.083 unidades, o que representa uma participação de 43,20%, em volume as vendas diretas fábrica crescem 86,21%, o atacado também trouxe vendas represadas de junho, em média 60% das vendas da modalidade são do segmento de locação.
As vendas acumuladas do varejo são de 559.062 unidades e o varejo 479.822, os números são equivalentes em participação ao realizado no fechamento do semestre.
RANKING PARCIAL DE MARCAS
Todas as marcas de volume estão apresentando crescimento nas vendas em função dos acréscimos obtidos com o programa de incentivo do governo.
A liderança é da Fiat, com vendas mensais de 21.298 unidades, sua carteira mensal está concentrada 59% no varejo, no acumulado a marca é líder com folga de mais de 64 mil unidades, suas vendas totais crescem 13,21% em relação ao ano anterior e avançam 23,58% quando comparado com o período pré pandemia.
A segunda posição do mês está com a VW, com 19.292 unidades, sua carteira mensal está concentrada 53% no atacado (VD), no acumulado a marca alemã permanece na terceira posição, suas vendas totais crescem 46,49% em relação ao ano anterior e recuam 20,80% quando comparado com o período pré pandemia.
Na terceira posição do mês temos a GM, com 15.088 unidades, sua carteira mensal está concentrada 66% no varejo, no acumulado do ano ela segue na segunda posição e anota um crescimento de 29,30% em relação ao ano anterior e recua 30,57% quando comparado com o período pré pandemia.
Além da pandemia as montadoras tiveram que adaptar suas estratégias ao Proconve L7, os novos limites de emissão de gases poluentes aposentaram uma penca de modelos e motores, entre eles o Fiat/Uno, o GM/Onix Joy e GM/Onix Joy Plus, que eram muito procurados por locadoras e grandes frotistas, outro evento que não podemos esquecer foi o encerramento da produção da Ford em janeiro de 2021, esses eventos somados aos novos investimentos e a concentração em modelos de maior valor agregado, mudaram o ranking de marcas, no final do artigo vamos adicionar um gráfico de ganho de Market share.
O segmento Premium vendeu na quinzena 1.409 unidades e está anotando uma queda de 1,40% em relação ao mês anterior.
As 21 marcas não contempladas pelos descontos da Mp1175 (incluso a linha Premium) venderam na quinzena 9.221 unidades e anotam um crescimento de 9,59% ante o mês anterior.
RANKING PARCIAL DE MODELOS
1.ª POSIÇÃO HYUNDAI/HB 20
O Hyundai/HB20 fecha a quinzena na primeira posição do mês e na 4.ª posição no acumulado, suas vendas mensais são de 7.416 unidades e estão concentradas 54,23% no varejo, suas vendas totais são de 41.418 unidades e estão concentradas 55,55% no varejo.
Na segunda posição do mês temos o VW/Polo, no acumulado o modelo está na 3.ª posição, suas vendas mensais são de 7.368 unidades e estão concentradas 55,36% no varejo, suas vendas totais são de 45.090 e estão concentradas 54,61% no varejo.
A terceira posição é do GM/Onix com 6.002 unidades, concentrando 86% no varejo, no acumulado do ano ela ocupa a 2ª posição com 50.112 unidades, sendo 66% concentrado no varejo.
A Fiat/Strada que lidera as vendas acumulas, está na quarta posição nas vendas do mês, suas vendas na quinzena são de 5.154 unidades e estão concentradas 82% no atacado, suas vendas totais são de 55.700 unidades e concentram 69,65% na modalidade atacado.
Nas Pick-ups médias a liderança do mês é da Toyota Hilux com 2.189 unidades, o sub segmento vendeu 6.610 veículos e anota um crescimento de 1,43%.
GRÁFICO ADICIONAL GANHO DE MARKET SHARE
No gráfico acima é possível analisar o ganho de Market share das cinco marcas de volume, entre os períodos pré pandemia até o exercício atual, base 15.07.2023.
Outras análises serão feitas durante a semana, desejo boas vendas.