No ano de 2021, em PARTES E PEÇAS de BICICLETAS, no setor de DUAS RODAS, houve um crescimento de 15% comparado a 2020, que foi o único ano de queda nos últimos 5 anos. Isso mostra uma trajetória firme de crescimento o que demonstra a preferência do público por esse modal refletindo a assimilação deste ao apelo à saúde e ao meio ambiente. Podemos ainda dizer que esse crescimento de vendas foi contido pela falta de insumos que assolou a produção mundial. Apesar disso a indústria nacional conseguiu acompanhar o crescimento de mercado.
Maior problema para a indústria nacional, as importações recuperaram a perda de 31% de 2020 e cresceram incríveis 65%, mostrando grande capacidade de recuperação. Essa recuperação traz novamente os produtos importados ao mesmo patamar de participação anterior, um crescimento de 14% sobre 2019. O que chama atenção é o impacto causado por essa falta de insumos que levou a um aumento de preços de 10% que acrescidos a valorização cambial trouxe grande impacto nos preços dos produtos finais.
Sobre exportações mais uma vez – e consequência da falta de matéria prima – o fabricante brasileiro dedicou-se ao mercado interno deixando ainda mais o externo. Tanto para bicicletas com motocicletas, os produtores de peças e partes no Brasil tem o mercado externo como marginal devido à baixa capacidade de competir e da instabilidade econômica interna.
O mercado de PARTES E PEÇAS de MOTOCICLETAS apresentou comportamento semelhante às bicicletas. O mercado de reposição de peças e partes de motocicleta cresceu 15% em 2021. Crescimento que também, a exceção de 2020, tem mostrado constância nos últimos anos.
As importações cresceram também 15% mantendo, assim, a mesma participação que vem mantendo nos últimos anos. Os preços médios dos produtos importados permaneceram estáveis cabendo à desvalorização do Real trazer inflação para os preços ao consumidor.
“O crescimento do mercado de peças de motocicleta e bicicletas nos últimos anos tem provado que esses veículos demonstram resiliência e grande capacidade de competir com outros modais, seja pelo apelo à saúde e ao meio ambiente no caso das bicicletas, e, na agilidade e custo no caso das motocicletas. Com essa referência provavelmente, as peças e partes deverão ter uma performance melhor. Isso claro, se tivermos capacidade de competir com os produtos importados, de longe a maior dificuldade encontrada por qualquer indústria local”, explica Auro Levorin é Conselheiro do SIMEFRE. Tem 35 anos de experiência na indústria de pneus como Conselheiro e CEO do Grupo Levorin. Atualmente é Presidente da Modo Inteligência Estratégica e Líder do projeto Amazônia Pneus.