O presidente da ICONIC, Alexandre Bassaneze, considera que o setor de biolubrificantes, poderá atingir US$ 3.9 bilhões em negócios e operações até 2027, além de crescer cerca de 8% até 2024 em escala internacional. A avaliação é baseada em dados do Global Biolubricants Market Analysis, produzido pela GMR Analytics. Este será um dos focos da apresentação do executivo no painel “O mercado de lubrificantes e os desafios para o suprimento de óleos básicos no Brasil”, que ocorre hoje (quinta-feira / 29 de setembro), às 12h, na Rio Oil & Gas 2022.
No Brasil, mesmo sem uma regulamentação específica para este tipo de lubrificante, o mercado é avaliado em US$ 206 milhões e 98% do uso do produto é realizado pelo setor industrial. “Esperamos que o mercado cresça até 6% no Brasil até 2024”, analisa Bassaneze.
Ainda existem desafios para o desenvolvimento sustentável deste mercado no Brasil. “Temos custos elevados de produção para toda cadeia e tecnologias ainda precisam ser implementadas em escala para termos maior competitividade e economia circular do produto”, comenta.
Segundo o CEO da ICONIC, gestora das marcas Ipiranga Lubrificantes e Texaco Lubrificantes, a implementação de iniciativas governamentais baseadas em políticas de incentivo para aplicação dos biolubrificantes precisam estar relacionadas com o fato de que os lubrificantes minerais têm vantagem de custo significativo sobre os biolubrificantes.
Bassaneze acredita que o crescimento do mercado de biolubrificantes proporcionará uma redução da pegada de carbono no setor e fomentará uma construção conjunta de governos, setor privado e sociedade para utilização de uma matriz mais limpa e renovável na geração de energia em escala global.
CRESCIMENTO GLOBAL
O mercado de biolubrificantes é 70% concentrado nos Estados Unidos e Europa. Apesar dos mercados norte-americano, canadense, alemão e inglês serem os maiores do mundo neste momento, espera-se um incremento na Ásia de 9,5% nos próximos anos no uso de biolubrificantes anualmente.
As políticas de registros químicos nos Estados Unidos, promovendo maior adoção de biolubrificantes; o crescimento em popularidade de biolubrificantes com base vegetal por ter baixo teor de carbono; o incentivo tributário para uso dos biolubrificantes em máquinas hidráulicas e o crescimento da aplicação na indústria automotiva são alguns dos principais aspectos que levam ao progresso do mercado de biolubrificantes nos Estados Unidos, Alemanha e Ásia.
Porém, alguns fatores impactam este mercado em escala internacional, na visão de Bassaneze. Por exemplo, ainda existem pressões regulatórias governamentais na Europa e nos Estados Unidos para garantir a segurança e a eficácia dos biolubrificantes, que influenciam nas ofertas de diferentes players do mercado e afetam a taxa de adoção do produto.
Neste momento, novas tecnologias e inovações indicam oportunidades para o crescimento deste mercado, promovendo redução de custos operacional e de varejo, especialmente para as linhas classificadas como premium. “Pesquisas indicam que o uso de biolubrificantes pode apoiar o setor de petróleo e gás na redução de 50% da emissão de gases de efeito estufa, além de diminuir em dois terços o consumo de energia em relação aos lubrificantes derivados do petróleo”, conclui Bassaneze.