Autor Marcelo Cavalcante de Lima
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O setor de automóveis e comerciais leves vendeu no mês de fevereiro 119.755 unidades, este volume representa uma queda de -2,68% em relação ao mesmo período do ano anterior e um recuo de -8,21% na comparação com o mês de janeiro.
Destacamos que o setor de motos registrou um crescimento no 1º Bimestre de 28,19%, em 2022 esse segmento registrou um crescimento de 17,70% e vendeu 1.362.129 unidades.
A média diária nesses 18 dias úteis foi de 6.653 unidades, tendo anotado um crescimento de 2,72% em comparação com o ano anterior e 12,19% ante janeiro.
As vendas acumuladas no 1.º bimestre cresceram 4,39% ante 2022, totalizando 250.214 unidades, quando comparamos com o período pré-pandemia o setor recua 34,24%.
Os volumes permanecem abaixo das expectativas, a estimativa mais tímida projetava um crescimento acima de 10% no bimestre, temos que relembrar que em 2022 o primeiro semestre foi impactado negativamente pelo agravamento da crise dos semicondutores.
Algumas montadoras fizeram movimentos de suspenção de turnos, o que sinaliza ajuste da produção a demanda, outras como a VW suspenderam parcialmente a produção em função da falta de semicondutores.
A participação das vendas no varejo no mês de fevereiro foi de 56,13% o que representa 67.217 unidades, esse volume representou uma queda de 7,87% ao realizado no mesmo período do ano anterior.
O setor de locação foi sem dúvida o grande salvador da pátria no ano de 2022, foram adquiridas aproximadamente 575 mil unidades o que representou um crescimento de 30% ante 2021 e uma participação histórica de 29,37% sobre o total vendido pelos fabricantes.
Para o ano de 2023 a ABLA revisou as projeções de compras de 700 mil unidades para 550 mil, uma redução de 21,43%. Esse ajuste foi justificado pela preocupação do setor com a escassez de crédito, elevação das taxas de juros e queda no poder de compra.
O Presidente da Abla destacou na última coletiva, que apesar das dúvidas do cenário econômico de 2023, a pandemia trouxe uma mudança irreversível na cultura do brasileiro com relação à locação (fonte Auto Data).
Os fatores de risco para a recuperação do setor permanecem sendo a desaceleração da economia interna e externa, a elevação das taxas de juros, queda no poder de compra, crise dos semicondutores, desajustes da cadeia de suprimentos, pressão dos custos provocados pela pandemia e o realinhamento dos preços dos seminovos.
Os fatores positivos para o setor, são a chegada de novos fabricantes, manutenção dos investimentos projetados, uma indústria de transformação consolidada, manutenção dos níveis de empregos e a chegada de novas tecnologias.
Nos próximos tópicos vamos analisar o desempenho das marcas no primeiro bimestre, o ranking de modelos, vendas por modalidade, teremos também um gráfico de 2022 do desempenho das marcas por Estados e um gráfico da participação do segmento de motos e autos por Estados.
Desejo a todos uma ótima leitura, novas análises do fechamento serão realizadas após a divulgação dos dados da Anfavea e das informações adicionais da Fenabrave.
COMPARATIVO DE MARCAS – VENDAS MENSAIS
No gráfico acima é possível perceber que apenas uma marca de volume conseguiu fechar o bimestre com um desempenho superior ao realizado no período pré-pandemia, mas também podemos comemorar a boa recuperação de alguns fabricantes em relação ao ano de 2022, também é possível contatar que as cinco marcas mais vendidas concentraram no bimestre 71% do volume total de vendas contra 65% do ano anterior, sobreviver nesse mercado com uma rede grande e uma participação pequena é sempre um grande desafio.
A liderança nas vendas do mês e do acumulado é mais uma vez da Fiat, seu desempenho pós pandemia permanece sendo excelente, suas vendas em fevereiro foram de 26.607 unidades, o que representou uma queda de -0,70% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma queda de 6,93% ante janeiro. No acumulado de vendas a marca tem uma participação de mercado de 22,06% e anota um crescimento de 10,22% ante 2022 e 0,55% em relação ao período pré-pandemia. Sempre é bom destacar que o Brasil é um dos principais mercados da marca no mundo, seus investimentos nos últimos ciclos demonstram a importância do nosso mercado para o fortalecimento global da marca.
A segunda posição do mês foi da GM, a marca americana segue seu ciclo de recuperação, suas vendas em fevereiro foram de 18.583 unidades, anotando um crescimento 3,93% em relação ao mesmo período do ano anterior e queda de 18,10% ante janeiro. No acumulado do bimestre a marca registra um crescimento de 33,20% na comparação com 2022 e uma queda de 41,11% ante o período pré-pandemia, com investimentos garantidos para o próximo ciclo a marca tem tudo para melhorar seu desempenho e recuperar parte do seu mercado.
A VW fecha o trio do mês, a marca alemã registrou paralisações na produção em fevereiro por ajustes na linha de montagem e falta de semicondutores, suas vendas em fevereiro foram de 16.279 veículos, anotando um crescimento de 38,17% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma queda de 18,78% ante janeiro. No acumulado do ano a marca anota um crescimento de 46,09% na comparação com o 1º bimestre de 2022 e recua 32,07% ante o período pré-pandemia.
As marcas de volume que fecharam o bimestre com quedas nas vendas em relação ao ano anterior são, Hyundai, Jeep, Renault, Honda, Citroen e Peugeot, lembrando que o 1º bimestre de 2022 teve seu desempenho muito afetado pela falta de semicondutores, portando o alerta foi ligado.
Nas marcas Premium a BMW segue na liderança com 1.529 unidades vendidas no acumulado, seguido pela Volvo com 1.343 e fecha o trio a Audi com 774 veículos.
Entre as marcas Premium apenas a Land Rover registra queda no 1º bimestre ante 2022, Volvo e Porsche se destacam pelo forte crescimento.
Ranking dos modelos mais vendidos
Poucas mudanças no ranking de modelos, no gráfico acima podemos ver os volumes de vendas mensais, acumuladas e a participação por modalidade varejo e atacado.
A Fiat/Strada segue líder no mês de fevereiro e no acumulado do ano, suas vendas em fevereiro foram de 6.837 unidades, tendo concentrado 63,57% na modalidade de vendas diretas, no acumulado do bimestre a marca é líder com 13.837 veículos, será uma tarefa difícil manter a primeira posição em 2023.
A segunda posição do mês e do acumulado do bimestre é do GM/Onix, o modelo vendeu em fevereiro 6.084 unidades, suas vendas foram concentradas 64,43% no varejo, no acumulado foram vendidos 13.246 unidades.
Na terceira posição temos o GM/Onix Plus com 5.125 unidades vendidas em fevereiro e 11.289 no bimestre, suas vendas estão concentradas 60% na modalidade de vendas diretas.
O Hyundai HB20 despenca para a 16ª posição no mês de fevereiro, seu bom desempenho em 2022 foi parcialmente justificado pelo grande volume de vendas para o setor de locação, no acumulado do ano o modelo coreano está na 10ª posição.
VENDAS VAREJO E VENDAS DIRETAS POR MARCA
No gráfico acima podemos analisar o desempenho das marcas por modalidade de vendas, comparando com o realizado no bimestre de 2022.
As vendas no varejo fecharam com uma participação no 1º bimestre de 56,08%, anotando uma queda na participação de 4,36% e um crescimento no volume de apenas 1,07%, a marca mais vendida no varejo é a Fiat, seguida pela GM e Toyota.
O atacado (VD) fechou o bimestre como uma participação de 43,92%, representando um crescimento de 6,18%, se volume anotou um crescimento de 12,20%. A marca que mais vendeu no atacado foi a Fiat, seguida pela GM e VW.
MAPA DAS MARCAS MAIS VENDIDAS POR ESTADOS EM 2022
No mapa acima podemos analisar as marcas que lideraram as vendas por Estados no ano de 2022.
A Fiat gravada em vermelho foi líder em vendas em dezenove Estados mais o Distrito Federal.
A GM grafada em verde liderou as vendas em cinco Estados.
A VW grafada em azul foi líder em dois Estados, destaque para o bom desempenho em São Paulo.
MAPA DE VENDAS DE MOTOS X AUTOS E LEVES – ANO 2022
No ano de 2022 quinze Estados da Federação venderam mais motos que automóveis e comerciais leves, para efeito de comparação esse número nunca havia ultrapassado a barreira de nove Estados.
Destacamos ainda que a venda de motos anotou um crescimento em participação em todos os Estados da Federação, esse crescimento é parcialmente justificado pelo aumento nas vendas para o setor de delivery, perda de poder aquisitivo, aumento dos preços dos combustíveis, aumento de preços dos automóveis e falta de modelos de entrada.