Vendas de autos e leves crescem 24,69% em relação ao mês de fevereiro, devendo fechar com volume acima de 171 mil unidades

8 minutos de leitura
Autor Marcelo Cavalcante de Lima
E-mail consultores.cavalcante@gmail.com

Os anúncios das paralisações das montadoras contrastam com o resultado da parcial das vendas do setor de automóveis e comerciais leves, foram vendidos até o dia vinte e oito 149.322 unidades, esse número representa um crescimento de 26,47% em relação ao mesmo período do ano anterior e 24,69% na comparação com o fechamento de fevereiro.

A média diária anota um crescimento de 12,22% ante o mês anterior, os dados atuais projetam vendas entre 172 mil até 177 mil unidades, o volume deve ficar 31% acima do realizado em 2022 e 45% acima do realizado em fevereiro.

Muita calma nessa hora, pois você pode estar imaginando que tem filas nas concessionárias para a aquisição de carros novos, o bom volume do mês segue sendo alavancado pelas compras das locadoras, as vendas diretas estão anotando um crescimento de 35% em relação ao mês anterior e 29% no acumulado em relação ao mesmo período do ano de 2022.

O varejo vendeu até ontem 77.038 unidades, o que representa uma participação de 51,59% e o atacado 72.284 veículos (48,41%).

O preço dos automóveis e leves segue sendo o grande freio nas vendas do varejo, o modelo mais barato na versão automática é o Fiat Argo 1.3 que tem o valor de saída de R$91.000,00 e o mais barato na versão manual é o Renaut Kwid 1.0 Zen, que tem valor sugerido de R$68.190,00, seguido de perto pelo Fiat/Mobi 1.0 Like, R$68.890,00, lembrando que as tabelas podem terem sido reajustados enquanto eu finalizava esse texto.

As taxas de juros elevadas também dificultam ainda mais a tomada de decisão dos compradores, que dependendo da entrada e o prazo podem comprar um e pagar dois.

O segmento de PCD que já chegou a contribuir com 9% das vendas do setor, segue limitado as poucas opções que se enquadram nas isenções.

A equação focar a produção em modelos com maior rentabilidade não fecha com crescimento no volume de vendas, principalmente em um período de perda de poder aquisitivo e instabilidade econômica, a conta só fecha quando a demanda é maior que a oferta.

Sempre é importante destacar que nossos veículos carregam mais de 40% de impostos em seus preços, assim temos o fechamento parcial da equação, juros altos, falta de modelos de entrada, aumentos de preços, perda de poder aquisitivo e a maior carga tributária entre os principais produtores de auto veículos do mundo.

Nossa indústria de transformação é forte e fundamental para o crescimento da nossa economia, já passou da hora de rever a carga tributária, principalmente para propiciar maior competitividade nas exportações, aguardar sem ações um novo ciclo de crise não é uma boa estratégia, se é que existe alguma.

No final do artigo vamos dar uma parcial do ranking de modelos e uma parcial com comparativo do setor de motos.

No próximo tópico vamos avaliar a parcial de vendas de março, com ranking de marcas e comparativo com exercícios anteriores.

Outras análises serão feitas no fechamento, desejo uma semana repleta de bons negócios.

Estamos atualizando o informativo de paralisações, onde também incluímos as montadoras de caminhões.

COMPARATIVO DE MARCAS – VENDAS MENSAIS

A Fiat segue sendo o destaque, a marca abre quase 24 mil veículos de vantagem no acumulado, suas vendas no mês anotam um crescimento de 31% ante o fechamento de fevereiro, seu volume total avança 17,80% em relação ao ano anterior e 14,35% quando comparado com o período pré-pandemia. Temos que relembrar que a marca encerrou o 1º trimestre de 2019 com uma participação de mercado de 13,59% e deve encerrar o trimestre de 2023 com uma participação acima de 22,50%, o que representa um crescimento de 66%. 

A GM permanece na segunda posição, mas abre boa vantagem para o terceiro colocado, as paralisações já programadas devem comprometer o desempenho da marca no mês abril, seu modelo mais barato é o GM/Onix 1.0 com preço sugerido a partir de R$82.490,00. O seu novo lançamento a GM/Montana já está na quarta posição no ranking de comerciais leves de março e na 19ª posição no ranking geral, seus preços sugeridos são entre R$116.890 até R$140.890,00. Suas vendas acumuladas registram um crescimento de 37,51% ante 2022 e caem 37,80% em relação ao período pré-pandemia.

A VW fecha o trio da parcial, a marca segue liderando as paralisações do setor, até mesmo o seu lançamento teve intercorrências na produção, seu modelo mais vendido na parcial é o VW/Polo que ocupa a 4ª posição no ranking geral e a terceira entre os automóveis, sua versão de entrada tem preço sugerido a partir de R$81.490,00. Suas vendas acumuladas anotam um crescimento de 52,30% ante 2022 e uma queda de 33,45% quando comparado com o período pré-pandemia.

Entre as marcas Premium a BMW continua liderando as vendas acumuladas, com 2.498 unidades, seguida pela eletrificada Volvo com 2.016 unidades e fecha o trio a Mercedes Benz com 1.319 vendas, lembrando que nesse trio apenas a BMW tem fábrica de automóveis no Brasil.

A Porsche é o nosso destaque da parcial, suas vendas acumuladas anotam um crescimento de 70,56% em relação ao mesmo período de 2022 e 245% quando comparado com o período pré-pandemia, esse segmento está longe da crise.

Não vamos elencar os destaques negativos, apenas observar que as marcas que estão fechando com resultados abaixo dos realizados no 1º trimestre de 2022, com certeza já ligaram seus alertas, assim como as que vão fechar o trimestre com quedas superiores à média do setor em relação ao período pré-pandemia.

O setor de novas energias vai fechar o mês de março e o 1º trimestre com recordes de vendas, vamos dar maiores informações no fechamento do mês.

Boas vendas.

RANKING DE MODELOS PARCIAL 28.03.2023

COMPARATIVO DE MARCAS – MOTOS

Mais de vinte anos lidando com clientes, orientando negócios de maneira honesta e confiável, garantido sólidos relacionamentos comerciais. Especialista no desenvolvimento de equipes comerciais, financeiras e administrativas. Pós Graduado em Team Management pela FGV e em Recursos Humanos.

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