Autor Marcelo Cavalcante de Lima
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Os dados do trimestre somados ao fechamento da 1ª quinzena são indicativos mais do que claros que o setor de automóveis e comerciais leves terá um ano repleto de desafios, sendo o principal a queda na demanda do varejo.
No ano de 2012 o setor de autos e leves vendeu 3.634.786 veículos, era o melhor resultado já registrado, o varejo fechava aquele ano com uma participação de 74,94%, a comemoração foi seguida de um ciclo de 4 anos de quedas em vendas e na participação do varejo, o novo ciclo de recuperação teve início em 2017, a participação do varejo continuava caindo e o atacado ganhava mais espaço, em 2019 o varejo fechou o ano com uma participação de 54,33%. No ano de 2022 o varejo teve uma participação de 51,51%, foi o menor percentual da história do setor, o volume de vendas do varejo foi de 988.834, ficando abaixo do realizado no de 2005.
Reverter a curva de queda do varejo é o desafio a ser enfrentado em 2023, mas afinal porque não foi o desafio dos últimos 10 anos, onde tivemos séries seguidas de quedas, a tendência para o ano de 2023 é o atacado superar o varejo, e isso já deve acontecer no fechamento do semestre.
A taxa Selic não deve ter alterações significativas que movimentem o setor nos próximos meses, o cenário vai exigir de fabricantes e concessionárias ações comerciais que incentivem compradores a tomada de decisão, com certeza teremos uma segunda quinzena repleta de boas ações comerciais.
Diante desse cenário vamos aos números da 1ª quinzena, o setor vendeu até o dia quinze 68.113 unidades, esse volume representa um crescimento de 9,85% em relação ao mês anterior.
A média diária nesse período foi de 7.568 unidades, os dados atuais projetam vendas entre 144 mil até 152 mil unidades.
Nos próximos tópicos vamos analisar o comparativo de marcas, ranking de modelos nacional e nos Estados.
Desejo boas vendas e uma ótima leitura.
COMPARATIVO DE MARCAS – VENDAS MENSAIS
A Fiat vendeu na quinzena 15.042 unidades, sua carteira foi concentrada 62,50% no atacado, no acumulado a marca está isolada na liderança com 111.685 unidades, o que representa um crescimento de 17,31% ante 2022 e um avanço de 19% em relação ao período pré-pandemia.
A GM continua em seu movimento de recuperação, a marca americana vendeu na quinzena 11.300 unidades, sua carteira está concentrada 51,73% no varejo. No acumulado seu volume é de 82.558 veículos, o que representa um crescimento de 38% em relação ao ano de 2022, destacando que aquele trimestre foi péssimo para a marca, na comparação com o período pré-pandemia ela recua 32,74%.
A VW fecha o trio com 9.461 unidades, sua carteira está concentrada 53,38% no atacado, suas vendas acumuladas totalizam 69.175 unidades, o que representa um crescimento de 65,08%, lembrando que em 2022 a VW fechou o trimestre com uma queda de 56%, na comparação com o período pré-pandemia a marca alemã recua 27,44%.
As vendas no varejo nesse período foram de 35.792 unidades (52,55%) e o atacado 32.321 (47,45%).
Na linha Premium a liderança na quinzena e da BMW, seguida pela Land Rover e fecha o trio a Audi, no acumulado do ano a BMW é líder, seguida distante pela Volvo e Audi.
RANKING DE MODELOS – PARCIAL 14/04/2023
O HB20 turbinado pelas vendas para as locadoras segue na liderança da quinzena, 72,24% de seus emplacamentos foram concentrados no atacado. No acumulado do ano ele ocupa a 4ª posição com 19.965 unidades,
A Fiat Strada ficou com a segunda posição da quinzena e segue líder no acumulado do ano, suas vendas totais estão concentradas 69,39% no atacado.
O GM Onix fecha o trio da parcial, com 3.010 unidades, suas vendas estão concentradas 64,15% no varejo, no acumulado do ano ele está na segunda posição.