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Parcela de dívidas compromete cerca de 5,93% da renda das pessoas

Levantamento foi feito observando o perfil de cerca de 34 milhões de pessoas tendo a maior parte dos endividados mais de 60 anos e renda mensal de até R$ 1.500

4 minutos de leitura

O valor médio da parcela de uma dívida compromete cerca de 5,93% da renda de uma pessoa. É o que revela o mais recente levantamento da Recovery, empresa do Grupo Itaú e plataforma especialista em recuperação de crédito no Brasil, com dados de abril de 2023, feito a partir de uma análise do perfil de cerca de 34 milhões de brasileiros que compõem a base de clientes da empresa. A concentração de dívidas é maior entre pessoas com renda de até R$1.500 e em segundo lugar entre quem ganha de R$ 1.500 a R$ 3.000.

A empresa mapeou também a faixa etária dos mais endividados. Em abril de 2023, as pessoas acima de 60 anos ocupavam o topo do ranking, com 19,01%. Quem tem idade entre 41 e 45 anos correspondia a 13,65% enquanto 12,28% têm entre 36 e 40 anos. Os menos endividados são os jovens entre 18 e 25 anos que são 2,27% da base da empresa, mas, mesmo assim, essa faixa etária jovem chama a atenção.

“De abril de 2022 até abril de 2023, notamos um pequeno aumento de dívidas em um público mais jovem, principalmente de 18 a 25 anos e de 26 a 30 anos e uma diminuição no público maior que 60”, afirma Marcela Gaiato, diretora de Produtos B2C, Marketing e Atendimento ao Cliente da Recovery. “O que contribuiu para uma maior presença da população mais jovem em nossa base é o fato de que bancos e empresas de outros segmentos passaram a vender carteiras de dívidas mais recentes, que estão inadimplentes há menos tempo”, descreve a especialista.

No geral, o número de pessoas com dívidas vem aumentando anualmente e isso é percebido na medida que a base da Recovery aumenta. Entre o final de abril de 2022 e de 2023 cresceu 12%, passando de 31,26 milhões para 34,94 milhões de pessoas com dívidas. Outro dado que o levantamento traz é que os homens estão mais inadimplentes que as mulheres: 46,66% versus 39,46%. Alguns clientes da base da Companhia não informam o gênero, por isso a somatória não fecha em 100%.

“Nos últimos anos, vem crescendo a venda de carteiras inadimplentes por parte de empresas que possuem clientes com pagamentos em atraso e isso reflete nesse aumento de CPFs com dívidas na nossa base”, explica Marcela.

Mais de uma dívida

De acordo com dados da Recovery, de dezembro de 2019 para dezembro de 2022, houve um aumento de 10% no número de clientes da empresa com mais de uma pendência financeira. Antes, 64,9% tinham mais de uma dívida e no final do último ano esse número chegou a 71%. Esse número se manteve até abril deste ano. Segundo Marcela, as datas das dívidas costumam ser próximas. “Muitas vezes, quando as pessoas se enrolam financeiramente em algum momento de suas vidas, elas acabam fazendo mais de uma dívida, em diferentes empresas. Mas, esse número vai crescendo na nossa base periodicamente porque leva um tempo até as empresas decidirem fazer a venda das carteiras, em caso de inadimplência”, pontua a executiva.

Em relação aos estados brasileiros onde se concentram os endividamentos, as regiões Sudeste e Nordeste são as com maior representatividade do levantamento da Recovery, com 49,9%% e 24,55%, respectivamente. O Sul do país aparece em terceiro, com 12,53%.

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