Concessionárias passam a limitar venda de veículos com descontos

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Os compradores de carros precisam de sorte para encontrar veículos novos que ainda estejam à venda com o desconto dado pelo governo federal, pois a verba do programa está perto do fim.

A reportagem entrou em contato com concessionárias. Em uma rede da Fiat, uma vendedora informou que a loja não vende mais carros com desconto, pois há risco de que na hora de a compra ser faturada, o benefício pode já ter se esgotado.

Apesar disso, a rede continua oferecendo abatimentos. Após alguma negociação, seria possível comprar um Fiat Mobi por R$ 59.700, cerca de R$ 1.000 a mais do que o preço que considerava o desconto do governo.

Em uma concessionária da Renault, também não havia mais modelos Kwid com desconto nesta segunda (26). A orientação era voltar a tentar na terça (27). Segundo uma vendedora, havia a possibilidade de que viesse uma nova determinação, que permitiria a retomada do benefício.

O programa de ‘carro popular’ do governo Lula foi lançado há três semanas. O valor total disponível para a modalidade de veículos leves é de R$ 500 milhões. Os descontos patrocinados pelos cofres públicos vão de R$ 2.000 a R$ 8.000, mas muitas empresas têm aplicado margens maiores por conta própria. Veja aqui a lista completa de carros com desconto.

No entanto, até sexta (23), R$ 420 milhões, ou 84% do total disponível para cobrir os descontos, já havia sido usado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Os números não consideram as vendas do último fim de semana, período em que o volume de clientes nas concessionárias é maior.

Considerando todos os tipos de veículo, o programa já consumiu R$ 660 milhões de R$ 1,5 bilhão disponível (além dos R$ 500 milhões para carros, há R$ 700 milhões em recursos para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus).

Até 5 de julho, há exclusividade das vendas de carros para pessoa física, sendo que a partir daí o programa fica liberado também para empresas.

Apesar da procura, o governo tem sinalizado que não vai ampliar a medida devido à necessidade de controle das contas públicas. Na semana passada, por exemplo, o vice-presidente Geraldo Alckmin indicou que dificilmente haverá injeção de novos recursos do governo.

“Isso vai ser decidido um pouco mais para frente. Provavelmente, essa não é uma decisão definitiva, mas provavelmente quando acabar os R$ 500 milhões, acabou o programa, o estímulo”, afirmou.

A reportagem procurou montadoras e a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.

Fonte: O Tempo

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