As mudanças a curto (e a longo) prazo no mercado automotivo

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7 minutos de leitura

Por Luca Cafici *

As pessoas superestimam as mudanças a curto prazo e tendem a subestimar as transformações a longo prazo. A frase não é minha, mas uma citação de Bill Gates, o grande empresário da tecnologia e um dos homens mais ricos do mundo. Ela pode descrever diferentes situações, sem dúvida, mas encaixa-se perfeitamente para compreendermos o mundo durante e, principalmente, após a pandemia de covid-19. Não faltam análises que projetam diferentes setores nos próximos meses e anos. Porém, mais do que decifrar os impactos recentes, é preciso entender as modificações estruturais que irão se refletir daqui a dez, quinze anos. No mercado automotivo, por exemplo, é essencial descobrir o papel que essa área vai desempenhar na sociedade como um todo.

De todas as mudanças que o novo coronavírus trouxe em 2020, poucos ecossistemas passaram por tantas adaptações quanto o automotivo. Das montadoras que tiveram de suspender a produção de carros novos aos aplicativos de transporte compartilhado, passando pelo ato de vender e comprar automóveis, todas as empresas precisaram se preparar para novos desafios. O cenário de transformação digital finalmente chegou, com a entrada de novos players em diferentes segmentos e o surgimento de modelos de negócios que trazerão produtos e serviços inovadores.

Mas isso é apenas a ponta de toda a transformação que vai ocorrer daqui em diante. A digitalização, a princípio uma questão de necessidade, acelerou-se nos últimos tempos porque as pessoas e empresas enxergaram as vantagens que o canal pode oferecer aos negócios. Isso vai modificar o próprio comportamento do consumidor ao longo do tempo, tornando-se mais digital e menos analítico, mais focado na experiência e menos no preço em si. São questões que irão desencadear novas percepções no mercado automotivo, principalmente na compra e venda de carros. Duas delas são primordiais:

1 – O carro voltou a ser importante no cenário de mobilidade

Antes da pandemia de covid-19, não seria exagero afirmar que o automóvel era visto como ‘vilão’ em políticas de mobilidade. Havia uma valorização do transporte público e de meios alternativos, como compartilhamento de carros, bicicletas e patinetes, em contraponto à presença dos veículos nas ruas. Bom, com uma pandemia exigindo distanciamento social e menos aglomeração, o carro particular tornou-se alternativa segura tanto para viagens mais curtas quanto para as longas. Em resumo: as pessoas voltaram a se interessar por ter o próprio carro a fim de não depender do transporte público e colocar a saúde em risco com um vírus global acumulando infectados e mortes.

2 – Os negócios on-line serão inevitáveis

A negociação de produtos e serviços em canais digitais certamente foi um dos destaques da pandemia, permitindo que setores inteiros da economia mantivessem a rentabilidade durante o período de suspensão de atividades presenciais. No mercado automotivo não é diferente. No período mais difícil da quarentena e do isolamento social, as pessoas queriam vender seus automóveis, seja para fazer o downgrade ou simplesmente conseguir recursos financeiros. A questão é que, mesmo após o retorno das atividades das lojas físicas, percebe-se um movimento cada vez maior de valorização dos canais digitais. Assim, os negócios on-line para comprar e vender automóveis serão inevitáveis a partir de agora – e os usuários irão valorizar justamente as empresas que entregarem a melhor experiência possível, permitindo que eles possam fazer tudo sem sair de casa.

Diante de uma pandemia que desafia a política, a economia, a saúde e as relações sociais em todo o mundo, imaginar e estimar mudanças nos próximos anos não chega a ser tarefa tão difícil. É claro que teremos transformações significativas nos meses que sucederem o avanço da doença. O segredo, portanto, é saber quais delas serão perenes e quais vão acarretar, de fato, uma verdadeira revolução nos hábitos e nas relações das pessoas. No caso do mercado automotivo, algumas já surgem como desafio ao ecossistema. Cabe aos players se prepararem e se adequarem ao novo mundo que surge pela frente.

* Luca Cafici é CEO da InstaCarro, plataforma que realiza a intermediação na venda de veículos – e-mail: instacarro@nbpress.com Sobre a InstaCarro
Criada no fim de 2015 e baseada em São Paulo (SP), a startup atraiu um exigente grupo de investidores para apoiar seu projeto inovador no Brasil, recebendo um dos maiores aportes de capital para uma empresa de internet nesse estágio até hoje no país. Faça uma avaliação profissional e oferte seu carro para mais de 1.500 lojas e concessionárias do Brasil sem sair de casa – o vendedor recebe múltiplas ofertas, escuta a maior e, se aceitar, é pago no mesmo momento. Além disso, não é preciso se preocupar com laudo de transferência, já que a InstaCarro cuida do processo. Para saber mais, acesse: www.instacarro.com.br.

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