Claudio Sahad, presidente do Sindipeças, disse que o faturamento do setor de autopeças deverá crescer 4% este ano comparado com o ano passado, somando R$ 249,5 bilhões. Ele participou do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2024 na terça-feira, 25, e citou alguns pontos de atenção, como o aumento das importações de componentes:
“O que nos preocupa neste momento é o aumento das importações de peças, ainda que as exportações estejam crescendo também”.
Para exemplificar o avanço das importações o Sindipeças pegou a média do valor de 2017 a 2019, que foi de US$ 16 bilhões, e comparou com os anos de 2021, 2022 e 2023, quando subiu para US$ 18,8 bilhões. Para 2024 a expectativa do Sindipeças é de exportar US$ 8,1 bilhões, recuo de 10% na comparação com o ano passado, enquanto as importações deverão somar US$ 20,1 bilhões, avançando 7%.
De toda forma as empresas do setor seguem acreditando na indústria brasileira e elevarão os investimentos em, ao menos, 2,9% este ano, para R$ 49,4 bilhões. Sahad ponderou que o valor deverá ser ainda maior.
Invasão chinesa
Outro ponto que tem preocupado Sahad e o Sindipeças é a chegada de novas fábricas de novos competidores no Brasil, como BYD e GWM. O presidente disse que já se reuniu com as duas empresas para apresentar toda a cadeia instalada no Brasil e que aguarda futuros contatos para avançar, mas com atenção aos movimentos de ambas as empresas:
“Não sabemos como será essa parceria, mas estamos notando um movimento muito esquisito, pois uma série de fabricantes chinesas de peças está se instalando no México e nenhuma veio para o Brasil até agora”.
O receio de Sahad é que eles ganhem volume no México e que, quando a operação destas montadoras começarem no Brasil, elas possam importar peças por meio de acordos comerciais.
Fonte: AutoData