A venda de carros eletrificados chineses no Brasil teve um aumento impressionante de 500% no último ano, impulsionando a expansão da rede de concessionárias de automóveis e comerciais leves em todo o país. Atualmente, são 4.130 pontos de venda, um crescimento de 6% em comparação com os 3.900 registrados entre 2020 e 2021, período marcado por uma redução na rede devido à pandemia de COVID-19.
Nos últimos quatro anos, o mercado automotivo brasileiro passou por diversas transformações. A Ford, por exemplo, anunciou em 2021 a suspensão da produção no Brasil, resultando na redução de sua rede de concessionárias. Em contraste, a Audi reiniciou suas operações em São José dos Pinhais, PR, no ano seguinte, expandindo seu atendimento no país.
Outro destaque é a Caoa-Chery, que ampliou seus negócios e pontos de venda a partir da montagem de carros chineses em Anápolis, GO. Desde o ano passado, as fabricantes chinesas BYD e GWM têm investido fortemente no mercado brasileiro, planejando iniciar a produção local no próximo ano e expandindo suas redes para atender à crescente demanda por modelos eletrificados, tanto híbridos quanto 100% elétricos.
A rede de concessionárias no Brasil está em expansão, mesmo com a redução no número de grupos operando no setor. A maioria das concessionárias agora é multimarca, uma mudança significativa em relação aos anos 80 e 90, que ajuda a mitigar riscos associados ao desempenho de marcas específicas.
A BYD exemplifica essa estratégia, operando atualmente com 97 concessionárias pertencentes a 39 grupos, com a meta de atingir 250 pontos até dezembro. Grupos como Grand Brasil em São Paulo, Via 1 no Nordeste e Via Porto no Rio Grande do Sul são parceiros-chave nessa expansão.
A Nissan também adotará essa abordagem, conforme anunciado por Guy Rodriguez, presidente da empresa na América Latina. Com o lançamento de dois novos SUVs, a marca planeja abrir até dez novas concessionárias, todas operadas por grupos já parceiros.
Essa expansão reflete a resiliência e a adaptação do mercado automotivo brasileiro, que continua a crescer e evoluir, impulsionado pela demanda por veículos eletrificados e pela entrada de novas marcas no país.