Autor Marcelo Cavalcante de Lima
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O primeiro semestre do segmento de duas surpreendeu em volume de vendas e produção, segundo dados da Abraciclo foram produzidos no Polo Industrial de Manaus 868.076 unidades, o que representa um crescimento de 13,50% em relação ao ano anterior, sendo o melhor resultado parcial na produção desde o ano de 2012.
Em vendas o setor fechou com 932.940 unidades, anotando um crescimento de 22,46% ante 2023, sendo o melhor primeiro semestre dos últimos 16 anos.
Na análise com o período pré pandemia as vendas do primeiro semestre anotam em crescimento de 76%, para efeito de comparação o setor 4 rodas fechou o semestre registrando uma queda de 13,76% em relação ao período pré pandemia.
A participação do setor 2 Rodas na mobilidade fecha o semestre com 42,64%, de cada 100 autos veículos vendidos no Brasil 43 foram motos
VENDAS DE MOTOS POR ESTADOS
Na análise de vendas do semestre por Estados é impossível não se surpreender com o volume de crescimento em algumas regiões na comparação com o período pré pandemia, destacamos Rio de Janeiro que ficou na segunda posição em vendas de motos e cresceu 176% em relação ao período pré pandemia, Pará com crescimento de 127%, Pernambuco 107%, Goiás 115%, Amazonas 175% e DF com 118%.
O Estado de São Paulo registrou 188.960 vendas de motos o que representa 20,25% de participação, seu volume cresceu 19,58% em relação ao ano anterior e avançou 66% quando comparado com o período pré pandemia.
ANÁLISE POR REGIÕES
Quando analisamos as vendas de motos por regiões, o Sudeste concentra 37,97% das vendas, o Nordeste 30,11%, o Norte 12,88%, Centro-Oeste 10,35% e o Sul 8,69%.
VENDAS DE MOTOS X AUTOMÓVEIS E COMERCIAIS LEVES
No ano de 2019 o setor de automóveis e comercias leves foi a a principal mobilidade em 21 Estados mais o Distrito Federal, motos ficaram a frente em apenas 5 Estados.
No 1.º semestre de 2024 a venda de motos superou a de automóveis e comerciais leves em 19 Estados, em todos registrou forte crescimento em relação ao período pré pandemia.
Essa maior participação nas vendas de motos tem várias justificativas, o aumento do preço dos combustíveis, queda na oferta de automóveis de entrada, redução do poder de compra, crescimento das vendas por aplicativos, aumento nos preços dos veículos, maior participação das vendas por cotas de consórcio e redução nas vendas de veículos 4 rodas.
Assim como o setor 4 rodas, a produção de motos também foi afetada nos últimos anos pelos desajustes na cadeia de fornecimento de matérias primas, com paralisação de fábricas e necessidade de reajuste de preços, mesmo assim os números impressionam e ao mesmo tempo são um alerta para a real situação do mercado de auto veículos.
MAPA REPRESENTATIVO DAS VENDAS POR MOBILIDADE AUTOMÓVEIS E LEVES X MOTOS
No mapa acima destacamos em azul os Estados onde as vendas de motos no semestre superam as vendas de automóveis e leves, conforme já mencionamos foram 19 Estados.
RANKING DE VENDAS DE MARCAS
A Honda fecha o semestre com uma participação de 70,76%, suas vendas totalizam 660.143 unidades, registrando um crescimento em relação ao ano anterior de 18,94% e avançando 57,56% em relação ao período pré pandemia.
A Yamaha fica com a segunda posição com uma participação de 17,52%, suas vendas totalizam 163.483 unidades, crescendo 10,63% ante 2023 e avançando 121,57% na comparação com o período pré pandemia.
Destacamos o crescimento nas vendas da Shineray que fica com a terceira posição, suas vendas anotam um crescimento de 137,49% em relação ao ano anterior e 400% quando comparado com o período pré pandemia.
PROJEÇÕES
A ABRACICLO mesmo diante de um excelente primeiro semestre mantém as projeções para o ano de 2024, com uma produção de 1.690.000 aumento de 7,42% e vendas internas de 1.700.000 crescimento de 7,50%. Entre as justificativas para um segundo semestre abaixo das estatísticas está a estiagem na região que tende a ser pior que 2023, com a consequente baixa nos níveis dos rios, provocando problemas de logística de transporte na região.
O Sr. Rudney Doscher, Diretor de operações da rede de concessionárias Honda Blokton, acredita numa redução na curva de crescimento no segundo semestre, em função das limitações da produção e acomodação do mercado. Destacou também o bom volume de vendas atrelados ao consórcio e a maior participação dos Bancos das Montadoras no oferecimento de crédito.
Nossa projeção para o fechamento do ano são vendas de 1.850.000 unidades e uma produção de 1.800.000, salientando que existe ainda uma demanda represada em muitos modelos.
