A produção de automóveis e comerciais leves subiu no trimestre, mas ainda não conseguiu acompanhar a demanda do setor

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No mês de março o agravamento da pandemia e a falta de peças, afetaram a produção de 14 montadoras, mesmo com todos os desafios a produção subiu no trimestre em 5,5%, número ainda insuficiente para atender a demanda represada, principalmente das locadoras.

Em abril a GM permanece com sua unidade de Gravataí com a produção suspensa, essa paralisação pode durar mais noventa dias e envolve 6 mil empregados entre diretos e sistemistas. Destacamos que a montadora investiu em 2019 R$ 1,4 bilhões na unidade de Gravataí.
A Fiat foi a última vítima da falta de componentes eletrônicos, comunicando a suspensão temporária do segundo turno de produção da sua unidade de Betim, essa paralisação deve durar 10 dias.
A crise no fornecimento de semicondutores poderá se estender para o ano de 2022, os chips estão presentes em todos os equipamentos eletrônicos, o setor automotivo tem uma aplicação de aproximadamente 10% da demanda global.
Esse cenário jamais imaginado com certeza vai gerar alterações nos processos de estoques/compras de todas as montadoras, nesse universo não se admite cometer o mesmo erro duas vezes.

Além de falta de componentes eletrônicos, o setor enfrenta também a escassez de borracha /pneus, aço e peças plásticas, a queda na produção de veículos em 2020 criou uma ruptura em toda cadeia produtiva, situação que está sendo agravada pela tentativa de algumas montadoras em antecipar suas compras, temendo aumento de custos e falta de itens.

Outro problema que o segmento enfrenta é o aumento de custos, dados da Anfavea demonstram que o aço subiu 61% nos últimos 12 meses, pneus 16%, frete aéreo 105%, frete marítimo 339%, o reflexo é aumento de preços para o consumidor final, reavaliação de produtos, reengenharia financeira, redirecionamento de futuros investimentos.

Nesse cenário fusões com a Stellantis são muitos bem vindas, a união de marcas reduzem custos, aumentam a capacidade de investimentos na criação de novas tecnologias e ampliam a capacidade produtiva, obviamente toda fusão é um desafio, culturas diferentes nem sempre geram boas sinergias, basta lembrarmos do fracasso da Autolatina. Com certeza nos próximos 12 meses vamos ver novas fusões e parcerias, não podemos esquecer que o setor automotivo passará por um grande transformação nos próximos anos com a mudança de matriz energética.

Mais de vinte anos lidando com clientes, orientando negócios de maneira honesta e confiável, garantido sólidos relacionamentos comerciais. Especialista no desenvolvimento de equipes comerciais, financeiras e administrativas. Pós Graduado em Team Management pela FGV e em Recursos Humanos.

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