A ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) acaba de divulgar o levantamento dos números alcançados pelas instituições financeiras do setor automotivo no primeiro trimestre de 2021. Nos três primeiros meses do ano, houve um crescimento de 11,5% no total acumulado de recursos liberados para financiamentos, totalizando R$ 42,8 bilhões, frente aos R$ 38,4 bilhões registrados até março de 2020, em um cenário anterior à crise decorrente da pandemia de COVID-19. Esses dados indicam uma importante manutenção no patamar de crescimento do mercado e, consequentemente, da economia brasileira, uma vez que os resultados positivos para o setor são observados de forma contínua desde 2017.
Isolado, o indicador de recursos liberados para a modalidade de crédito CDC registrou alta de 34,4% em comparação ao mesmo mês do ano passado. O saldo total das carteiras para veículos também registrou um aumento significativo no primeiro trimestre, somando R$ 293,4 bilhões, número que representa um crescimento de 9,8% no acumulado dos últimos doze meses. O leasing, que teve perdas significativas em representatividade nos últimos anos, registrou recuo de 24,3% no trimestre, com R$ 2,7 bilhões no saldo das carteiras.
Para o presidente da ANEF, Paulo Noman, as projeções positivas para 2021 se confirmaram no primeiro trimestre, mas o cenário ainda requer cautela. “Além do agravamento da pandemia, há muitas variáveis agindo sobre a cadeia produtiva do setor, bem como a conjuntura nacional. Vamos continuar acompanhando de forma atenta o comportamento da indústria, mas os indicadores são favoráveis. Os resultados mostram que o total de recursos liberados voltou a atingir níveis pré-pandemia e o saldo das carteiras mantém ritmo de alta”, avalia o executivo.
Historicamente estável, o pagamento à vista na categoria de caminhões e ônibus sofreu variação de 10 pontos percentuais no primeiro trimestre, atingindo 29% das vendas no Brasil, frente aos 19% no fechamento de 2020. As demais modalidades mantiveram os níveis observados nos últimos cinco anos; para veículos e comerciais leves, a média tem permanecido na casa dos 45% e, no caso das motocicletas, em torno de 30%.
As taxas de juros dos financiamentos já indicam movimento de alta a partir de março, mesmo mês em que a Selic sofreu sua primeira elevação em sete meses, passando da mínima histórica 2% ao ano para 2,75%. “No cenário de alta da taxa básica de juros, os bancos de montadora possuem um papel ainda mais estratégico, criando soluções cada vez mais eficazes, que contribuam tanto para o escoamento da produção quanto para os clientes. Nossas projeções se confirmaram no primeiro trimestre e seguimos confiando no potencial do mercado automotivo brasileiro”, completa Noman.
Com planos máximos mantidos em 60 meses, o prazo médio das concessões de crédito, ou seja, o período desde a contratação até o vencimento da última prestação, confirma previsão, tendo subido para média de 45,7 meses em março deste ano.
Sobre a ANEF
Fundada em 1993, a ANEF representa as suas marcas associadas junto aos órgãos do governo, de entidades de classe e associações congêneres, divulga, esclarece e presta informações, tanto à imprensa quanto aos consumidores em geral, sobre as modalidades de financiamentos – CDC (Crédito Direto ao Consumidor), Finame, Leasing e Consórcio –, nos segmentos de automóveis, ônibus, caminhões e motocicletas. A entidade representa, hoje, 10 marcas e suas respectivas estruturas de serviços financeiros, incluindo bancos, empresas de arrendamento mercantil e administradoras de consórcios vinculados à indústria automotiva.