Os diretores do Sindipeças, George Rugitski e Elias Mufarej, apresentaram no webinar da Automec 365 os números registrados junto aos parceiros da entidade que direcionam para o aumento da representatividade da reposição no mundo das autopeças. Embora os negócios ligados às OEM’s sejam responsáveis por 62% do faturamento do setor no país ante os 18% representados pela reposição, ultimamente os dois segmentos estão apontando para direções opostas.
Rugintski destacou, em sua apresentação, a diferença entre o número de veículos produzidos no Brasil em 2013 (3.7 milhões), em relação ao produzido atualmente (2.4 milhões). Para ele, esta enorme queda se deu pelo deslize da economia do país a partir da metade da última década somada, é claro, aos efeitos da pandemia.
“Projetamos que o montante de 3 milhões de veículos produzidos em 2019 só venha a ser atingido novamente em 2024. Ou seja, a recuperação do setor de 0km deve ser lenta e gradual”, explicou Rugintski.
Em paralelo, a desaceleração deste mercado de peças originais tem, de certa forma, impulsionado o mercado de reposição. Segundo Mufarej, isso aconteceu por causa da queda das vendas de carros 0km não ter se refletido na diminuição da frota circulante no país.
Claro que a frota não vai, tão cedo, desempenhar uma taxa de crescimento na casa dos dois dígitos anuais, como nos anos de 2010 e 2013, mas, o fato dela ter crescido entre 0,7% e 2% anuais entre 2016 e 2020 – com queda dos carros novos – traz uma perspectiva positiva para o aftermarket.
Mufarej destacou que, com a frota circulante crescendo mostra uma tendência de ‘retardamento da mortalidade’ dos carros mais velhos: 42% da frota brasileira tem 11 anos ou mais, atingindo seu maior envelhecimento desde 1995, com idade média de 10 anos e 3 meses. “Esse cenário impacta diretamente na necessidade da reparação e da manutenção automotiva para manter esses carros aptos a circularem”, analisou.
Para embasar ainda sua análise otimista, Mufarej trouxe dados importantes da consultoria internacional McKinsey, projetando um crescimento na casa dos 6% do tamanho do aftermarket brasileiro no que diz respeito ao volume acumulado pelo valor das peças,
acrescentando ainda mais valor ao número já significativo de R$ 103 bilhões representados pelo mercado na atualidade.