Na última segunda-feira (10), a Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, divulgou os números do mercado de veículos usados em 2021, que registou o maior volume de transações desde o início do ranking histórico da entidade, em 2004. Foram comercializadas 15.134.904 de unidades, registrando um crescimento de 18,64% sobre 2020, ano bastante prejudicado pelo fechamento de Detrans e de revendas, principalmente no primeiro semestre, com o início da pandemia.
“Como o mercado de veículos novos foi bastante impactado pela crise global de abastecimento de componentes, provocando queda nos estoques das Concessionárias, muitos consumidores buscaram opções entre os seminovos e usados”, explica o novo Presidente da FENABRAVE, José Maurício Andreta Júnior, que complementa: “Conforme o mercado de veículos novos vai se normalizando, a tendência é a comercialização de usados retrair um pouco”.
Em 2020, foram 4 veículos usados a cada zero km. Já em 2021, o volume de usados comercializados aumentou, em função da redução da oferta de modelos novos no mercado, fazendo com que essa relação passasse para 4,3 veículos usados, a cada zero km emplacado. Os modelos leves com até três anos de fabricação responderam por 12,1% das transferências em 2021.
A venda de automóveis e comerciais leves usados atingiu 11,2 milhões de unidades no acumulado de 2021, superando em 2,3% o recorde para o segmento, alcançado em 2019. O número também foi 18,8% mais alto que o de 2020. Para cada veículo leve novo vendido em 2021 foram negociados 5,7 usados.
Quase 400 mil caminhões usados no ano
As vendas de caminhões de segunda mão somaram 27,8 mil unidades no mês de dezembro, 5,6% menor que o de novembro. No acumulado do ano foram 397,2 mil unidades, com aumento de 19,2% sobre o ano anterior. A cada caminhão zero-quilômetro emplacado em 2021, 3,1 modelos de segunda mão trocaram de dono.
A venda destes usados esteve tão aquecida no ano passado que no acumulado até novembro eles já haviam superado o recorde anual do setor (obtido em 2019, com 364 mil caminhões transferidos).
Maior alta anual foi para o mercado de ônibus
Dezembro teve a negociação de 3,9 mil ônibus usados, anotando pequena alta de 3,2% sobre novembro. No acumulado do ano foram 43 mil unidades. O confronto com 2020 indica crescimento de 28,1%, o maior entre todos os tipos de veículos.
Essa alta, no entanto, ocorreu sobre um ano bastante ruim: em 2020 foram negociados apenas 33,6 mil ônibus usados em todo o País. Como se sabe, o setor foi bastante afetado pela Covid-19. A retração no turismo e a queda nas renovações de frota urbanas e rodoviárias em razão da pandemia tiveram forte impacto no setor.
A venda de modelos zero-quilômetro teve apenas 17,8 mil unidades em 2021, um total 2,5% menor na comparação com o ano anterior. A baixa procura por modelos novos impediu movimentação maior entre os modelos de segunda mão. Com isso, a taxa anual de usados versus novos foi de apenas 2,4 para 1, a mais baixa entre os veículos.
Recorde também no mercado de motos: 3,26 milhões
As transferências de motos usadas em dezembro somaram 254,6 mil unidades, total 0,4% maior que em novembro. O acumulado do ano teve 3,26 milhões de unidades negociadas. Esse total foi 17,5% mais alto que o de 2020. Assim como os caminhões, as motos de segunda mão já haviam quebrado em novembro o recorde anual, obtido em 2019 com 2,98 milhões de transferências.
Em 2021, a cada moto zero-quilômetro entregue, 2,8 usadas mudaram de mãos. O setor de motos (novas e usadas) vem sendo puxado pelos serviços de entrega. E a baixa oferta de modelos zero-quilômetro também contribuiu com o aquecimento do mercado de segunda mão, assim como ocorreu entre os automóveis e comerciais leves.