Renda Passiva: seu dinheiro trabalhando para você!

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12 minutos de leitura

Quem não tem o sonho de ganhar dinheiro sem fazer nenhum esforço?

Acredito que a maioria de nós, não é mesmo?

Viver de renda e ter seu dinheiro trabalhando para você pode ser possível se conseguir acumular um patrimônio que gere rendimentos. Sejam rendimentos de aplicações financeiras ou mesmo uma renda de aluguel.

Quando ouvimos falar de independência financeira é exatamente disso que estamos falando: receber uma renda sem ter que dedicar horas do seu dia em troca de um salário ou de um pró-labore.

Mas para alcançar a independência financeira é preciso de um bom Planejamento Financeiro e disciplina: gastar menos do que ganha, separar um valor para investir, ter disciplina de investir todos os meses e principalmente saber onde investir para não perder o poder de compra do dinheiro para a famosa inflação.

Quanto eu preciso juntar então para ter a minha independência financeira?

A conta é muito simples: o valor suficiente para gerar uma renda que cubra todos os seus custos fixos e a inflação. Mas calma, você vai entender melhor se ler todo conteúdo.

Comprar um terreno e construir casas para locação, ou mesmo comprar um imóvel para gerar renda no futuro é o sonho de muitas pessoas.

O problema é que para ter a tão sonhada renda de aluguel, o valor necessário para a compra de um imóvel é muito elevado e você pode levar anos juntando o valor ou ter que recorrer a um financiamento bancário o que inviabiliza a compra.

Mesmo que você consiga o recurso suficiente, ao contrário do que todos pensam, renda de aluguel é um enorme risco, exatamente porque na maioria das vezes todo o seu patrimônio gerador de renda vem de apenas um inquilino.

Se este inquilino sair, você corre o risco de ficar sem alugar aquele único imóvel por meses e ainda terá que arcar com todos os custos de condomínio, IPTU, manutenção e benfeitorias.

Mas existe uma forma de ter renda passiva que você pode construir aos poucos, sem a necessidade de dispor de um grande capital.

Estamos falando dos Fundos Imobiliários.

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) surgiu na década de 1990 e foi regulamentado em 2008 pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

Desde então milhares de pessoas começaram a investir como alternativa para diversificar seus investimentos e ter uma renda recorrente todos os meses.

Como funciona o fundo imobiliário?

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é uma comunhão de recursos destinados à aplicação em ativos relacionados ao mercado imobiliário. Ou seja, o administrador ou uma instituição financeira especifica capta o recurso junto a clientes investidores e utiliza este recurso para constituir o fundo.

Os recursos captados poderão ser utilizados para a compra de imóveis rurais ou urbanos, construídos ou em construção, destinados a fins comerciais ou residenciais, bem como para a aquisição de títulos ligados ao setor imobiliário, tais como LCIs (Letras de crédito Imobiliário), CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e até cotas de outros FIIs.

Todo FII possui um regulamento que define a sua política de investimento. Esta política de investimento pode definir por exemplo que aquele FII específico terá o foco em comprar apenas imóveis prontos destinados ao aluguel de salas comerciais por exemplo.

Assim que o fundo adquire esses imóveis e faz a locação dos mesmos, deve repassar aos seus cotistas 95% da renda auferida com estes aluguéis.

Ou seja, você investidor não precisa comprar de fato um imóvel para receber renda de aluguel e nem precisa dispor de um valor elevado para isso.

Hoje é possível comprar cotas de bons fundos imobiliários a partir de R$100,00 e já começar a receber os rendimentos proporcionais ao número de cotas no próximo mês.

Como os valores de investimentos são baixos, você tem a vantagem de comprar cotas de diferentes fundos em diferentes setores e não ficar refém de apenas um inquilino.

Os principais setores são:

  • Shoppings
  • Lages corporativas (imóveis com finalidade empresarial ou corporativa)
  • Galpões Industriais (centros de distribuição, indústrias e empresas logísticas)
  • Papéis (não tem imóveis, mas compram títulos do setor imobiliário, LCIs e CRIs)
  • FOFs (fundos de fundos)

Além destes setores existem outros mais específicos como de agências bancárias, escolas e universidades, hospitais, propriedades rurais dentre outros.

O importante para ter uma carteira bem diversificada é conhecer cada setor e entender seus riscos.

Mas será que investir em fundo imobiliário é arriscado?

Os Fundos Imobiliários são investimentos que tem suas cotas negociadas em bolsa.

Par investir o primeiro passo é abrir conta em uma corretora, escolher quais são os fundos que quer comprar e efetuar a compra através do Home Broker ou APP da corretora.

Assim como os investimentos em ações, os fundos imobiliários têm sua cota sujeita a variação de preços diariamente, ou seja, dependendo das condições de mercado você pode comprar a cota de um FII por R$ 100,00 e amanhã sua cotação estar em R$ 85,00 ou até em R$115,00.

Pode cair, mas também pode subir, e da mesma forma que nas ações, você só realizará o prejuízo ou lucro ao vender suas cotas.

Enquanto tiver as cotas, mensalmente fará jus ao recebimento da renda, portanto só recomendo este tipo de investimento se seu foco for de longo prazo e com intuito de ter rendimentos recorrentes em sua conta.

Como minimizar o risco?

A primeira forma de minimizar o risco é entender que este investimento é para longo prazo. Não coloque aqui aquele recurso que você precisará para uma emergência ou para um projeto específico.

Busque por fundos que tenham mais de um imóvel e mais de um inquilino. Hoje existem fundos imobiliários que possuem 5, 10 até 15 imóveis em sua carteira, isso dá a tranquilidade de que se um inquilino sair você terá a redução na renda por um tempo, mas ela não vai zerar.

Não avalie um FII apenas pelo rendimento gerado, leia os relatórios de gestão e busque fundos que tenham bons imóveis, com boa localização e bons inquilinos, isso vai te dar mais tranquilidade, pois fundos com estas características raramente ficam com imóveis vagos, ou se acontecer, repõem rapidamente o inquilino.

Estude sobre o mercado e sobre os setores e se não tiver seguro busque por um especialista para te ajudar.

Vantagens dos Fundos Imobiliários

A primeira vantagem dos fundos imobiliários é que hoje não há cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos, ao contrário do que acontece com a renda de aluguel. Porém se você vender suas cotas, terá que recolher 20% de imposto de renda sobre o lucro, se houver.

A segunda vantagem é que toda a administração dos imóveis, pagamento de custos de IPTU, condomínio, reformas ou bem feitorias é de responsabilidade do fundo. Você recebe seu rendimento líquido sem se preocupar. E se um inquilino sair o gestor do fundo é quem vai buscar outro para você, mais uma tranquilidade em relação ao imóvel próprio para locação.

Por último, não menos importante, anualmente os imóveis que estão dentro do fundo passam por uma avaliação de mercado que definem seu valor patrimonial, se o valor do imóvel subir, suas cotas também sobem.

Qual a melhor estratégia para ter renda passiva com fundos imobiliários se não tenho muito dinheiro?

Anote todas as suas despesas em um caderno ou em uma planilha.

Selecione a menor despesa, por exemplo a assinatura da Netflix que hoje custa R$39,90.

Agora vá investindo aos poucos em Fundos Imobiliários até que o rendimento mensal atinja R$39,00.

Por exemplo:

R$ 5.000,00 investidos em um FII que gere 0,80% de renda mensal creditam R$ 40,00 todos os meses na sua conta.

Pronto, meta batida! Você já consegue ter uma renda passiva todos os meses para pagar a Netflix.

Apesar de no começo, um rendimento de R$ 40,00 parecer pequeno, se você reinvestir o rendimento e fazer aportes mensais regulares, aos poucos este rendimento vai aumentando e pagando outras contas até que você tenha rendimentos suficientes para pagar todos os seus custos fixos.

Mas lembre-se para a estratégia dar certo é preciso ter foco no longo prazo e não sai vendendo tudo na primeira queda no valor das cotas.

Se você escolheu bons fundos, com bons fundamentos, não tem por que se desesperar!

Estude e entenda as características de cada fundo antes de investir e se precisar, busque ajuda de um profissional para te orientar.

Economista, Planejadora Financeira CFP®️ – Certified Financial Planner, Consultora de Investimentos CVM, pós-graduada em Negócios Bancários (FGV-SP) e em Psicologia Positiva (PUC-RS). Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, atuando nos maiores bancos do país.

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