Por Carla Nórcia
A pesquisa “Omnicanalidade e Unified Commerce”, realizada pela Wake em parceria com a Opinion Box, destaca a preferência por uma jornada de compra que une conveniência e flexibilidade, permitindo que os consumidores alternem entre lojas físicas e plataformas digitais de acordo com suas necessidades. Apesar de muitos concluírem suas compras no ambiente online — 56,6% o preferem devido a condições de preço mais competitivas —, uma parcela significativa de 43,4% valoriza a experiência híbrida, que permite consultar informações e checar disponibilidade em ambos os ambientes.
Além disso, a pesquisa aponta que 54,6% dos entrevistados relatam mais experiências positivas do que negativas na jornada omnicanal, e 28,1% afirmam ter tido apenas experiências positivas. As principais motivações para essa satisfação são as boas ofertas (48,2%) e a conveniência da entrega em domicílio (33,6%). No entanto, os consumidores ainda destacam alguns desafios: o custo elevado do frete e as frustrações com a qualidade dos produtos recebidos. Esses fatores ressaltam a importância de uma logística eficiente e de uma gestão precisa das expectativas dos clientes, fundamentais para consolidar a experiência omnichannel.
E no setor de autopeças?
Bem, no setor de autopeças, onde a cadeia é composta por indústria, distribuidor, varejo e oficinas mecânicas, a aplicação de estratégias omnichannel é especialmente relevante. Para os fabricantes e distribuidores, a integração de plataformas digitais que ofereçam catálogos atualizados e sistemas de consulta de estoque em tempo real permite que varejistas e oficinas acessem informações precisas e façam pedidos de forma ágil, reduzindo a dependência de visitas físicas e otimizando o processo de compra. A visibilidade de estoque e a comunicação direta garantem que o fluxo de produtos seja mais eficiente e que o consumidor final receba as peças de reposição com rapidez.
Para o varejo de autopeças, a experiência omnichannel oferece a possibilidade de “click-and-collect” onde o consumidor ou a oficina pode pesquisar e comprar a peça online e retirá-la rapidamente na loja física, ou ainda o “click and deliver” ou “entrega expressa”, modelo tão apreciado e em prática no Brasil, que conta com entregas através de motoboys e pequenos veículos e cargas. Esse modelo é particularmente valioso no setor automotivo, onde muitas vezes há urgência na reposição de peças. A possibilidade de alternar entre o digital e o físico aumenta a satisfação do cliente e fortalece a fidelidade à marca. Além disso, as oficinas mecânicas se beneficiam ao poder acessar informações técnicas detalhadas e fazer pedidos online, garantindo que o fluxo de trabalho não seja interrompido por falta de peças, o que aumenta a produtividade e o atendimento ao cliente.
Apesar de alguns desafios específicos no setor de autopeças, como a complexidade dos inventários e a necessidade de uma logística robusta, a aplicação do comércio unificado pode transformar esses obstáculos em oportunidades de otimização. A integração entre os sistemas de estoque e pedidos dos diferentes elos da cadeia permite uma visibilidade mais ampla e uma resposta mais rápida à demanda. Isso se torna essencial em um mercado onde a precisão e a agilidade são primordiais para garantir a satisfação do cliente final e o sucesso das oficinas.
A omnicanalidade, portanto, representa uma mudança significativa na maneira como consumidores, varejistas, distribuidores e oficinas mecânicas se relacionam no mercado de autopeças. Com uma estratégia integrada, que oferece o melhor dos ambientes físico e digital, a cadeia de autopeças pode proporcionar uma experiência de compra mais ágil, eficiente e satisfatória. Esse movimento reforça a importância da modernização e da competitividade no setor automotivo, beneficiando todos os elos dessa complexa cadeia de valor e promovendo um atendimento de excelência que se adapta às novas exigências dos consumidores brasileiros.