Até o dia vinte e dois de fevereiro o setor de automóveis e comerciais leves vendeu 97.632 unidades, na comparação com o mês anterior às vendas registram um crescimento de 12,10%, mas quando comparamos com o mesmo período de 2021 os emplacamentos caem 23,57%.
A média de diária está projetando vendas entre 121 mil até 127 mil unidades, número próximo ao realizado no ano de 2006, ainda existe a esperança de um Sprint final que pode agregar ao resultado entre 5 a 6 mil veículos, mesmo assim será um fevereiro abaixo das expectativas.
Se o ritmo de vendas permanecer nos próximos 4 dias úteis o resultado do bimestre anotará uma queda de aproximadamente 26%, algo em torno de 83 mil veículos a menos do que foi realizado nos primeiros dois meses do ano anterior.
Parte do resultado pode ser creditado as dificuldades das montadoras com a escassez dos semicondutores e aos estoques desalinhados com a demanda, mas existem outras variantes que já estão presentes na nova realidade das concessionárias.
A elevação dos juros, os reajustes de preços e a falta de disponibilidade de muitos modelos são três fatores que juntos são um desafio para qualquer atividade, no mês de fevereiro o reflexo foi redução nos fluxos de loja e no recebimento dos leads, com menos clientes em uma oferta com limitação de modelos o resultado foi uma queda nas vendas.
Outro fator que também está presente no mês de fevereiro é a queda na procura de veículos seminovos, destacando que o problema não é a oferta, pois os estoques estão bem abastecidos, segundo Fernando Probst Gestor de Inteligência de Varejo, o fluxo de recebimentos de leads nas unidades que ele controla baixou em mais de 30%.
É importante esclarecer que os dados não indicam que estamos em um novo ciclo de crise, o que temos são novas variáveis que já estão sendo trabalhadas por montadoras, concessionárias e financeiras, a demanda continua maior que a oferta, aumentar a produção continua sendo o grande desafio, mas agora não é o único.
O que não podemos desprezar são os alertas que são dados pelo mercado, com certeza o mês de março virá com novas estratégias de concessionárias e montadoras, pleitos antigos como redução de impostos voltam a mesa de negociação, já existe a real possibilidade de redução de alíquotas, principalmente o IPI.
Um dado positivo é que nessa semana a Fundação Getúlio Vargas divulgou a nova pesquisa do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), de acordo com os dados do estudo houve um crescimento de 3,8 pontos entre fevereiro e janeiro, segundo a FGV esse é o maior nível registrado desde agosto de 2021, a intensão de compra de bens duráveis voltou a crescer depois de cinco meses consecutivos de queda. A Viviane Seda Bittencour (FGV) destacou que os dados devem serem analisados com muita cautela, uma vez que o ICC ainda permanece em um nível histórico muito abaixo da média.
As vendas no varejo estão participando com 62% e o atacado (vendas diretas) com 38%, o Estado de Minas Gerais está liderando a parcial do mês, turbinado pelos emplacamentos das locadoras.
Muitos Estados vão antecipar o feriado de Carnaval, o que indica que teremos poucos registros de emplacamento no último dia do mês.
RANKING DE PARCIAL FEVEREIRO 22.02.2022.
A Fiat continua surpreendendo o mercado e já garante o 14º mês consecutivo na liderança, 60,40% das vendas estão concentradas na modalidade faturamento fábrica, 44% de seus licenciamentos foram registrados em Minas Gerais o que demonstra forte concentração no setor de locação. Seu principal modelo de vendas a Strada é líder no ranking de modelos, o Argo está na 4ª posição e o Mobi em 6.º. Suas vendas acumuladas registram uma queda de 21,56% e sua participação de mercado cresceu 6% o que equivale a um ganho de Market Share de 1,28%.
A GM distante da liderança está na 2.ª posição, suas vendas acumuladas caem 42% em relação ao ano anterior, a marca americana vai parar a produção em Gravataí por 30 dias, o que deve comprometer muito seu desempenho no mês de março, nessa unidade são produzidos o Onix e o Onix Plus. A modalidade varejo está concentrando 74% de seus licenciamentos, seu principal modelo de vendas o Onix, está na 2.ª posição e o Onix Plus na 8.ª.
A terceira posição está com a Toyota, a marca tem um excelente início de ano, sendo a única marca de volume a registrar crescimento, suas vendas estão 82% concentradas no varejo, seu modelo mais vendido é o Corolla Cross, ocupando a 10.ª posição e registrando um crescimento de 63% em relação ao mês anterior. A montadora japonesa parece ter reorganizado a sua produção devendo ser um dos destaques do 1.º bimestre.
A Hyundai está na quarta posição nas vendas do mês e terceira posição no acumulado, a marca coreana consegue excelentes resultados mesmo com poucas opções de modelos. Suas vendas estão concentradas no HB20 na terceira posição e no Creta na 9.ª posição.
As marcas Premium são lideradas no acumulado pela BMW, seu desempenho em fevereiro está 69% acima do realizado em janeiro, a Volvo fica com a segunda posição no acumulado e fecha trio a Audi, destacamos que a marca alemã Audi deve retornar a produção no Brasil ainda em 2022.
RANKING DE MODELOS DE AUTOMÓVEIS E COMERCIAIS LEVES
A Strada retorna para a liderança, mas anota uma queda de 24% em comparação com o mesmo período de 2021, com a paralisação temporária da produção do Onix o comercial leve da Fiat tende a abrir grande vantagem no acumulado.
O Onix demonstrou nesses nesse início de ano que tem condições de brigar pela liderança, infelizmente mais uma vez a GM vai suspender a produção do modelo por 30 dias, serão quase sete meses de paralisação desde o início da pandemia, deve ser um recorde mundial.
A terceira posição retorna para o Hyundai HB20, o modelo coreano é um sucesso em vendas deste o seu lançamento, seu segredo é com certeza a confiabilidade do produto.
O sub segmento hatch pequeno é o destaque da parcial, ocupando a segunda, terceira e quarta posição, o Fiat/Argo na 4.ª posição regista um crescimento de 101%.
No ranking abaixo é possível analisar as vendas dos 30 modelos mais emplacados na parcial de fevereiro, na primeira coluna são vendas mensais e sua comparação é com o mês anterior, nas últimas colunas são vendas acumuladas e sua comparação é com ano anterior.