Segundo dados apurados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, o mês de agosto registrou 422.869 veículos emplacados, superando o resultado de julho, que era o melhor mês do ano até o momento. Mesmo com um dia útil a menos (22 dias em agosto contra 23 em julho), os emplacamentos avançaram 0,74% em relação ao mês anterior, considerando todos os segmentos automotivos.
“A média diária de emplacamentos de veículos cresceu em agosto e, no acumulado do ano, já superamos os 3 milhões de veículos zero km, comercializados no mercado interno, num resultado 15,7% acima do registrado no mesmo período de 2023, considerando todos os segmentos do setor automotivo, à exceção de máquinas agrícolas, mostrando crescimento real com relação ao ano passado” , afirma Andreta Jr., Presidente da FENABRAVE.
Em sua análise, alguns fatores ainda podem movimentar o setor, como as taxas de juros, que se aumentarem podem impactar nos financiamentos de veículos como automóveis e comerciais leves, por exemplo; a definição das eleições municipais que, em sua avaliação, destravariam as compras de ônibus, por meio de programas como o “Caminho da Escola”, hoje com pedidos bloqueados até o fim do período eleitoral; além da melhora dos preços das commodities, que têm impactado no comportamento das vendas de caminhões, implementos rodoviários e máquinas agrícolas.
“São fatores que podem influenciar, positiva ou negativamente em nosso setor. De qualquer forma, estamos caminhando para fechar o ano como previu a FENABRAVE, e a depender dos fatores mencionados, podemos até superar os 16,7% esperados para o desempenho do setor como um todo. Contudo, e, que pese tenhamos números positivos, ainda estaremos abaixo dos melhores anos que já tivemos no passado” , analisa Andreta Jr.
Em sua opinião, há a necessidade da criação de um Programa complementar ao MOVER, que seja permanente e que leve à descarbonização e renovação da frota circulante brasileira, hoje envelhecida e estimada em cerca de 19 anos, em média, considerando apenas automóveis.
Vale lembrar que a FENABRAVE promoveu, em maio, a “OFICINA TÉCNICA MOBILIDADE E A FROTA BRASILEIRA – DESCARBONIZAÇÃO, MODERNIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO” , reunindo 27 entes, incluindo 9 ministérios, entidades e autoridades públicas, entidades e academia ligada ao setor ampliar a discussão deste tema. Segundo o Presidente da FENABRAVE, os caminhos para essa renovação e descarbonização passam pela inspeção veicular, realizada nas Concessionárias, e reciclagem de veículos “em fim de vida útil”. “Com isso, promoveríamos os necessários: aumento de vendas de veículos novos; a troca do veículo usado pelo seminovo; a redução de acidentes e mortes e a descarbonização e ampliação de escala no setor” , defende Andreta Jr.
EMPLACAMENTOS DE VEÍCULOS – AGOSTO E ACUMULADO DE 2024
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE CADA SEGMENTO AUTOMOTIVO
Automóveis e Comerciais leves
Apesar da pequena retração em relação a julho, justificada pelo menor número de dias úteis (22 dias úteis em agosto contra 23 dias em julho), o segmento obteve altas em relação a agosto de 2023 e no acumulado do ano. “O cenário continua favorável para a concessão de crédito, sustentado pelos bons níveis de emprego e renda” , destaca Andreta Jr., Presidente da FENABRAVE.
Automóveis e Comerciais Leves Híbridos e Híbridos Plug-in
Com quase 70 mil unidades emplacadas até o momento, o segmento acumula evolução superior a 58% no ano. “O mês de agosto teve um resultado ligeiramente acima da média do ano e os híbridos vêm se consolidando no País” , reflete Andreta Jr.
Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros
No mês, foram 5.115 emplacamentos em 2024 e a alta, em decorrência da base comparativa ainda baixa, foi expressiva. “É um mercado em processo de consolidação e que atrai um determinado perfil de brasileiros para a mobilidade” , diz o Presidente da FENABRAVE.
Caminhões
Os emplacamentos de caminhões têm mostrado recuperação no ano, mas sofreram, em agosto, com o aumento do preço das commodities, que afetaram o agronegócio. “A atividade industrial e o agronegócio continuam a impactar nas vendas. Da mesma forma, os transportadores aguardam redução nas taxas de juros para renovarem suas frotas. Acreditamos que se os preços das commodities arrefecer e as taxas de juros caírem um pouco, o segmento poderá apresentar ainda melhores resultados este ano, em que pese já esteja acumulando alta acima das projeções iniciais da FENABRAVE” , comenta Andreta Jr.
Ônibus
Os emplacamentos de ônibus tiveram uma pequena retração sobre julho, e alta expressiva sobre agosto de 2023 se deve à base comparativa baixa, segundo o Presidente da FENABRAVE. “O segmento de ônibus foi o único que enfrentou retração no primeiro semestre de 2024, em função dos pedidos do Programa Caminho da Escola não terem sido efetivados, em decorrência do período eleitoral. No entanto, acreditamos que nos últimos dois meses do ano, após as eleições e sem os impedimentos dos Prefeitos realizarem novos pedidos, o desempenho do segmento poderá ser semelhante a 2023, conforme apontam nossas projeções” , afirma Andreta Jr.
Implementos Rodoviários
O segmento sofre o mesmo impacto de caminhões, afetado pelo agronegócio. Teve pequena queda nos emplacamentos na comparação com julho e retração maior no confronto com agosto de 2023. No acumulado do ano, no entanto, prevalece o crescimento sobre iguais meses do ano passado. “Os emplacamentos destes oito meses aumentaram em menor ritmo que o de caminhões, o que não é comum, mas nos próximos meses é possível que haja um realinhamento dos dois setores” , estima o presidente da FENABRAVE
Motocicletas
Os emplacamentos de motocicletas cresceram em relação a julho, e em relação a agosto de 2023, acumulando uma evolução de quase 20% no ano, conforme apontava a estimativa da FENABRAVE. “A demanda por motocicletas permanece forte, refletindo a crescente necessidade de transporte individual econômico e eficiente, além da consolidação dos serviços de entrega no país. As motos continuam liderando a alta acumulada entre todos os segmentos” , afirma Andreta Jr.
Motocicletas Eletrificadas
Em 2024, foram emplacadas apenas 4.709 unidades, o que mostra um mercado que não tem evoluído bem. “O segmento oscila bastante, por possuir uma base baixa de comparação e pela falta de produtos neste segmento” , diz o Presidente da FENABRAVE.
Máquinas Agrícolas
Obs.: Por não serem emplacados, as Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.
As vendas de máquinas agrícolas cresceram em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas na comparação com junho e no acumulado do ano, os resultados permanecem negativos. “A queda ainda é significativa, em razão dos preços das commodities, que impactaram nas vendas. Esperamos alguma recuperação no 3º. Trimestre, mas é possível que a retomada somente ocorra em 2025” , diz Andreta Jr.
Fonte: Fenabrave