Por: Carla Norcia
A criação da Aliança do Aftermarket Automotivo Brasil, impulsionada pela assinatura da Carta de Fortaleza, marca um momento histórico para o setor de reposição automotiva no Brasil. Composta por entidades representativas de diversos elos da cadeia, a Aliança tem como objetivo principal promover a união de esforços para fortalecer o mercado independente, defendendo seus interesses, aumentando a competitividade e garantindo sustentabilidade em um cenário de rápidas transformações.
A Aliança reúne organizações de peso, como a ANDAP (Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças), SINCOPEÇAS BRASIL (Associação Nacional dos Sincopeças), SINDIREPA BRASIL (Associação das Entidades e Empresas de Reparação de Veículos no Brasil), CONAREM (Conselho Nacional de Retífica de Motores), ANFAPE (Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças) e ASDAP (Associação Sul-Brasileira dos Distribuidores de Autopeças). Cada uma dessas entidades traz uma perspectiva única, representando desde fabricantes até oficinas e varejistas, em uma colaboração inédita para o mercado de reposição.
Entre os principais pilares da Aliança está a defesa do direito de reparar (Right to Repair), um tema de relevância global. A garantia de acesso a dados técnicos, ferramentas e peças é essencial para a manutenção da competitividade do mercado independente, que precisa atender a uma frota cada vez mais diversificada e tecnológica. A Aliança também pretende atuar fortemente na promoção da inspeção veicular obrigatória, uma medida que pode trazer benefícios diretos à segurança e à qualidade ambiental.
O impacto econômico dessa união é significativo. O setor de aftermarket automotivo movimenta bilhões de reais anualmente, gerando empregos diretos e indiretos em todo o Brasil. Com a Aliança, espera-se que o mercado ganhe maior representatividade junto às esferas governamentais, garantindo políticas públicas que incentivem o crescimento do setor e reduzam barreiras, como a alta carga tributária e as dificuldades logísticas.
Para os consumidores, os benefícios também são claros. A padronização de processos, o fortalecimento das oficinas independentes e a qualificação da mão de obra devem resultar em serviços mais confiáveis e acessíveis. A proposta da Aliança é criar um ambiente onde o consumidor possa contar com opções diversificadas e de qualidade, independentemente de onde esteja no país.
O setor de aftermarket automotivo também se prepara para desafios ligados à descarbonização e às novas matrizes energéticas, como veículos híbridos e elétricos. A Aliança será crucial para ajudar o mercado independente a se adaptar a essas mudanças, promovendo capacitação e inovação tecnológica. Esse esforço não só fortalecerá o mercado local como também poderá posicionar o Brasil como referência no segmento de reposição no cenário internacional.
Para 2025, a expectativa é de que as ações coordenadas da Aliança comecem a produzir resultados significativos. Um dos focos é a ampliação de parcerias com entidades internacionais, como a Associations in Motion, que conecta associações globais de aftermarket para compartilhar boas práticas e tendências. Com isso, o mercado brasileiro pode se beneficiar de inovações e experiências bem-sucedidas de outros países.
Em resumo, a criação da Aliança do Aftermarket Automotivo Brasil é um passo fundamental para a consolidação e o crescimento sustentável do mercado independente. Sua atuação promete impactar positivamente a economia, o setor automotivo e a vida dos brasileiros, mostrando que a união entre diferentes atores do mercado é essencial para enfrentar os desafios de um futuro em constante transformação.