Após dois meses em queda, otimismo dos empresários paulistanos volta a subir

Expectativas sobre negócios e propensão a contratação de novos funcionários crescem; por outro lado, números ainda não indicam retomada

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Após dois meses em queda, o otimismo do empresariado paulistano voltou a registrar aumento – principalmente por conta da flexibilização nas restrições de mobilidade –, como mostra o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) de junho: o indicador fechará o mês em 90,6 pontos, o que representa uma alta de 8,1% em relação ao mês passado, quando estava nos 83,8. A melhora é ainda mais expressiva (48,6%) se comparada à pontuação de junho do ano passado, momento de queda mais acentuada do índice, quando marcava 61 pontos. O desempenho de junho é o melhor desde março, como se vê no gráfico a seguir.
 


As três variáveis que compõem o índice tiveram crescimento significativo em junho, com destaque para o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que subiu 10,5% em junho, passando dos 118,7 pontos em maio para 131,1 agora. A alta do índice, que mede a percepção do empresariado sobre o futuro dos negócios, revela um contexto de maior resiliência em relação aos impactos da pandemia na economia.
 
Tanto é que se trata de um cenário muito diferente de junho de 2020: o IEEC agora é 62,4% maior do que o registrado naquele mês.
 
O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) subiu 5,4% em junho, chegando aos 56,3 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2020, a alta é de expressivos 69,7%. Já o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que pergunta ao empresariado sobre a propensão a investir em seus negócios, subiu 6,2% em relação a maio – saindo de 79,4 pontos para 84,4 agora.
 
Para a Federação, se por um lado é nítida a conjuntura de mais confiança dos empresários – que se liga à melhora dos números da pandemia na cidade de São Paulo – por outro também é relevante considerar que as bases de comparação estatísticas são muito frágeis;especialmente em relação a junho do ano passado, período marcado por um profundo pessimismo. Desta forma, os números estão longe de indicar uma recuperação imediata da economia.
 
Os dados de outro indicador, porém, também sustentam o contexto de melhora no humor do empresário paulistano: o do Índice de Expansão do Comércio (IEC). Em queda livre desde março, ele subiu 10,9% em junho, alcançando a casa dos 88,3 pontos – estava em 79,6 em maio. Na comparação com junho de 2020, a melhora é de 40,7%.
 


O dado mais relevante do IEC, porém, é o de uma de suas duas variáveis: a de Expectativas para Contratação de Funcionários, que reflete a propensão dos empresários a contratarem, impactando na taxa de desemprego. Neste caso, o avanço em junho foi de 14,1% em relação a maio e de 66,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
 
A outra variável, de Nível de Investimento das Empresas, subiu 5,7% em junho.
 
Como manter o otimismo?
Para a FecomercioSP, é importante que as empresas sigam firmes com um planejamento financeiro adequado à conjuntura pandêmica. Isso significa, sobretudo, manter um fluxo equilibrado do caixa, aproximando vencimentos de cobranças das datas de recebimento, mas também reavaliar riscos, calcular os possíveis aumentos de custos e saldar empréstimos. É muito relevante ainda que, em um mercado que passa por mudanças estruturais, uma reavaliação de todo o planejamento do negócio, observando as demandas do público daqui em diante.
 
Como a Federação vem alertando desde o início da pandemia, tudo isso ainda passa por uma gestão eficiente das mercadorias que entram e saem. Isso parece estar sendo seguido pelo empresário paulistano.Não à toa o Índice de Estoques (IE) voltou ao patamar de otimismo em junho, subindo 1,7% e chegando aos 100,8 pontos.
 

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Notas metodológicas
ICEC
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.

IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.

IE
O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: acima (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e abaixo (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.

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