Comissão de Estudos da ABNT define competências para vendedor de autopeças.

Atender, orientar e conhecer os vários tipos de consumidores, funcionamento do veículo e seus sistemas, interpretar embalagens de autopeças e acessórios são algumas competências

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A Comissão de Estudos da ABNT concluiu com louvor os trabalhos para criação da norma técnica da profissão de Vendedor de Peças e Acessórios para Veículos. O projeto, deflagrado pelo Sincopeças-SP e coordenado pelo presidente do Sincopeças Brasil, Ranieri Leitão, com secretaria de Luiz Sérgio Alvarenga, diretor da Alvarenga Projetos Automotivos, contou com apoio de profissionais do mercado, varejistas, atacadistas, indústrias de autopeças, instituições de capacitação, entidades, profissionais da imprensa especializada, que contribuíram sobremaneira para o sucesso desse importante trabalho em prol do comércio de autopeças no Brasil.

Para o presidente do Sincopeças-SP, Heber Carvalho, a norma objetiva buscar resultados para as empresas de autopeças. “Entre as medidas mais recentes que nossa entidade tem conquistado está a normalização para a profissão de balconista do nosso segmento, hoje já denominados muito apropriadamente Vendedor de Peças e Acessórios para Veículos.  Através da regulamentação da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, proporcionaremos a esses profissionais segurança e assertividade para o exercício do trabalho, com objetivo premente de buscar resultados promissores para as empresas de autopeças. Afinal, nosso País tem uma frota de veículos que precisa de cuidados. Veículos que a cada dia ficarão mais modernos e com mais tecnologia, garantindo aos usuários maior mobilidade e segurança”, assegura Carvalho.

O secretário, Luiz Sérgio Alvarenga, mostrou-se orgulhoso por estar atuando em mais esse episódio da reposição automotiva, contribuindo para a evolução do setor do comércio de autopeças, seja ele varejista ou atacadista. “O importante é que estamos caminhando para uma profissionalização e para a primeira norma técnica do Brasil nessa área”, disse Alvarenga.

Agora, o próximo passo para a normalização será a consulta pública, prevista para acontecer no mês de junho. “Após o prazo de 30 dias da consulta pública, ou seja, a partir de julho, teremos a primeira norma brasileira para o comércio de autopeças no País, fato que abre um novo marco para esse importante setor da cadeia de valor do aftermarket brasileiro”, comemora Alvarenga.

Veja abaixo detalhes do texto-base da norma técnica da profissão de Vendedor de Peças e Acessórios para Veículos

Competências
Qualificação de vendedor(a) de peças e acessórios para veículos

Escopo
Esta Norma estabelece os requisitos e a sistemática para qualificação de vendedor(a) de peças e acessórios para veículos.

Competência profissional
Atendem, orientam e conhecem os vários tipos de consumidores; entendem o funcionamento do veículo e conhecem os seus sistemas; manuseiam e interpretam os catálogos impressos e/ou eletrônicos e interpretam as embalagens de autopeças e acessórios.

Tabela 1 — Elementos de competência e padrões de desempenho para a competência geral

Elementos de competênciaPadrões de desempenho
Atender ao consumidorEntender o tipo de cliente Entender a necessidade do clienteColaborar com a necessidade do cliente
Conhecer o produtoConhecer itens que compõem o conjunto Conhecer códigos fornecidos pelo fabricanteConhecer itens correlacionados ao produto ou conjunto
Entender o funcionamento de um veículoConhecer os sistemas dos veículosConhecer os princípios básicos dos componentesConhecer o vocabulário dos tipos de peças e acessórios (ver ABNT NBR 15296 e ABNT NBR 15832)
Avaliar a correta aplicação do produtoConsultar catálogoLer e interpretar catálogos Manusear catálogos eletrônicosImpacto ambiental, segurança e saúde do item fornecido
Consultar garantia de produtosInterpretar as informações presentes nas embalagens Conhecer as condições de garantia e a legislação vigente [9]

Escolaridade
A escolaridade mínima para vendedor(a) de peças e acessórios para veículos corresponde ao quinto ano do ensino fundamental 1.

Experiência profissional
A experiência mínima para vendedor(a) de peças e acessórios para veículos deve ser conforme Tabela 2.

Tabela 2 — Experiência mínima para candidatos a vendedor(a) de peças e acessórios para veículos

EscolaridadeExperiência profissional
Quinto ano do ensino fundamental 11 ano como ajudante de vendendor(a) ou 6 meses como vendendor(a)
Ensino fundamental completo6 meses como ajudante de vendendor(a) ou 3 meses como vendendor(a)
Ensino fundamental completo com curso profissionalizante na área de vendendor(a) de peças e acessórios de veículos ou ensino médio completo3 meses como ajudante de vendendor(a) ou 1 mês como vendendor(a)

Fluxo da capacitação

A pessoa que busca à qualificação profissional deve atender ao seguinte fluxo:
· Concluir o módulo básico;
· Concluir o módulo intermediário;
· Concluir o módulo avançado.

Módulo básico

· Conhecendo os tipos de consumidores
· Introdução ao atendimento ao consumidor
· Competência interpessoal
· Entendendo o funcionamento dos veículos e conhecendo seus sistemas e componentes
· Manuseio e interpretação de catálogos impressos e/ou eletrônicos de peças e acessórios

Módulo intermediário

· Competências do módulo básico
· Comunicação eficaz para os tipos de consumidores
· Atendimento com excelência
· Marketing de vendas
· Motivação profissional através do entendimento do setor
· Conhecendo as ABNT NBR 15296 e ABNT NBR 15832

Módulo avançado

· Competências do módulo intermediário
· A arte de atender – técnicas, pós-venda, segmentação do cliente
· Entendendo a garantia legal e de fábrica
· Os cuidados com a origem e procedência de peças e acessórios
· Entendendo os movimentos da frota de veículos

CRONOLOGIA DO PROJETO

Comissão de estudos para qualificação de balconistas realiza primeira reunião
Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas de Peças e Acessórios para Veículos inicia aprimoramentos nos processos dos comércios de componentes automotivos regidos por parâmetros de qualidade e eficiência

Na primeira reunião de trabalho da Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas de Peças e Acessórios para Veículos, realizada on-line pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, 17 profissionais do setor automotivo, entre eles representantes da indústria, distribuição, varejo, reparação, consultores, imprensa especializada, entidades e lideranças do varejo de autopeças do Brasil, encaminharam as primeiras decisões para a sequência dos trabalhos da norma.

Coordenada pelo presidente da Associação dos Sincopeças do Brasil, Ranieri Leitão, com secretaria do diretor da Alvarenga Projetos Automotivos, Luiz Sergio Alvarenga, encarregado de liderar o processo de elaboração da norma, a Comissão de Estudos definiu de imediato, por unanimidade, a mudança do nome “Balconista” para “Vendedor” de autopeças. Como explicou Alvarenga, essa determinação, embora pareça simplória, identifica a mudança de patamar alcançada pelo profissional balconista em sua atividade diária, especialmente a partir da introdução das novas tecnologias digitais, que expandiu a função de simples atendente para uma área mais relevante envolvendo a parte comercial.

Outros detalhes do texto-base definido pela Comissão de Estudos serão discutidos na próxima reunião, agendada para 24 de março, quando se espera a participação de maior número de profissionais envolvidos com o tema.

Ouça a íntegra do depoimento de Luiz Sergio Alvarenga sobre a primeira reunião da Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas de Peças e Acessórios para Veículos:

Breve histórico
A Comissão de Estudos de Qualificação de Balconistas de Peças e Acessórios para Veículos foi instalada pela ABNT em janeiro deste ano, na Câmara Brasileira de Comércio de Peças e Acessórios para Veículos da CNC – Confederação Nacional do Comércio, com a presença de representantes do Sincopeças-SP, Associação dos Sincopeças do Brasil, Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças e Alvarenga Projetos Automotivos. O objetivo é definir a primeira NBR para o varejo de autopeças que, na prática, representará um pontapé inicial para futuros aprimoramentos nos processos internos dos comércios de componentes automotivos regidos por parâmetros de qualidade e eficiência providos pela ABNT.

Como explicou Luiz Sérgio Alvarenga, a importância de uma norma para o balconista de autopeças é a criação de padrões e requisitos no campo da organização. “Do ponto de vista do profissional, o balconista já começa a interagir com uma palavra mágica que é a organização. Ele terá mais controle do passo a passo da atividade e do papel que ele desempenha”, diz.

Segundo Alvarenga, o mercado brasileiro de reposição já está acostumado com normas ABNT para serviços técnicos e a norma específica para o balconista também está ligada ao tema. “Tivemos um pioneirismo com a primeira norma de qualificação do mecânico que, de alguma forma, entra no campo de algumas habilidades e capacitações necessárias que a norma do balconista irá seguir, como por exemplo recomendações de nível de instrução e capacitação, que não são técnicas, mas conferem um norte sobre as competências que se deve ter para assumir as funções de balconista de autopeças”, avalia.

Ganho de qualidade para empresas e profissionais
Entre os benefícios imediatos que a normalização trará para esses profissionais está uma política mais clara de cargos e salários, com uma relação muita mais transparente entre empresários do varejo e seus colaboradores balconistas. “De imediato cria-se uma situação de meritocracia que pode ser construída nessa relação, como também de capacitação profissional, identificando habilidades ou deficiências que determinado profissional tenha e assim direcionar com maior assertividade sua capacitação, seja por iniciativa da empresa ou do próprio profissional, o que gera um ganho de qualidade entre as partes”, define Alvarenga.

Como complemento dessa base estruturada entre profissional e empresa, Alvarenga detalha que a qualificação cria uma certificação de competências, também chamada de certificação profissional, acreditada pelo governo brasileiro, promovida pela Organização Internacional do Trabalho, onde o Brasil é signatário. “Existem vários testes para certificação de competência que proporcionarão forte impulso ao balconista e na projeção da sua ocupação, bem como na atividade do varejo de autopeças no Brasil”, acredita.

Ponta do iceberg para nova normas
Para as próximas reuniões, previamente agendadas para as últimas quartas-feiras de cada mês, serão convidados a participar todos os elos da cadeia, desde indústrias, distribuidores, varejistas, oficinas, até entidades como IQA, Senai, Senac, além da imprensa especializada e do próprio profissional balconista de autopeças.

Alvarenga adiantou que a CE já tem um texto-base, que é o ponto inicial para os trabalhos, e a criação dessa norma é do interesse do profissional e principalmente das lojas de autopeças porque todos ganham nesse processo. “Com isso criamos uma da cadeia de valor. O objetivo é elevar a categoria do comércio varejista de autopeças e estamos iniciando esse trabalho valorizando o balconista. Essa é a ponta do iceberg para criação de novas normas do setor. Entendemos que essa é uma das formas de profissionalizar o setor. As grandes corporações sempre se valeram de normas, as oficinas de reparação andaram mais rápido porque se utilizam de muitos dados técnicos de substituição de componentes e agora chegou a hora do varejo de autopeças, que manuseia e tem um grande trabalho de logística e comercialização de produtos, com extensa capilaridade no Brasil, que requer uniformização. A ideia é elevar o patamar para cima, valorizar o profissional, a atividade econômica e consequentemente o País, além de potencializar projetos e ações de melhoria para os dois lados, seja para o empresário criar um programa de cargos e salários, seja para o profissional se capacitar melhor”, assegura Alvarenga.

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