Após sete meses em trajetória negativa, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICE) voltou a apresentar alta (1,2%) em julho, na comparação com o mês anterior. Ao se contrapor ao mesmo período do ano passado, o indicador recuou 11,9%. Os outros dois indicadores analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) — um referente à intenção de expandir os negócios e outro, à situação dos estoques — apresentaram, respectivamente, variações positiva de 1,9% e negativa de 1,3%, na base comparativa entre julho e junho.
De acordo com a Entidade, a perspectiva de queda da taxa de juros em agosto pode ter influenciado as expectativas da classe empresarial. Apesar disso, o ambiente macroeconômico ainda é desfavorável, principalmente quanto ao custo financeiro dos negócios. Como resultado, ainda há baixa confiança entre os empresários diante de um quadro de incertezas — cenário esse que dificulta a projeção de uma melhora mais sustentável a curto prazo.
No período, dentre as variáveis que integram o ICEC, a que avalia as condições atuais (ICAEC) subiu 1,2%. O IEEC, que mensura as expectativas futuras, registrou variação positiva de 1,3%. A variável do índice de investimento (IIEC) fechou com alta de 1,2%.
Expansão e investimento
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) encerrou o sétimo mês do ano com alta de 1,9%. Os índices que medem as expectativas para contratação de funcionários e o nível de investimento das empresas também apontaram alta no mês: 2,8%% e 0,8%, respectivamente.
Já o Índice de Estoque (IE) caiu 1,3% em julho, em relação a junho. A proporção dos empresários que consideram a situação adequada dos estoques também registrou recuo (-0,8%) — de 56%, no sexto mês do ano, para 55,2%, no mês seguinte. Aqueles que relatam uma situação inadequada para cima do desejado subiu 0,6%. Os que consideram os estoques inadequados para baixo do desejado se manteve estável (17,3%).
Segundo a FecomercioSP, a proporção dos empresários que relatam que os estoques estão adequados segue maior do que aqueles que relatam inadequação: 55,2% contra 44,5%, respectivamente. Esses números refletem uma conjuntura de retração do consumo, com muitas empresas acumulando produtos nos depósitos.
Por isso, a Federação orienta os empresários a implementar uma gestão resiliente dos negócios. A dica é trabalhar com liquidações para melhorar o nível de estocagem, mas com respeito à margem de contribuição dos produtos para não sofrer prejuízos. Outra indicação é desenvolver um plano de redução de custos e despesas operacionais. Em momentos desfavoráveis nos quais há dificuldade de prospectar o aumento das vendas, a fidelização de consumidores é uma boa ferramenta. As empresas que adotam essa medida normalmente conseguem mitigar os impactos que a crise traz, alcançando mais público e melhorando os fluxos de caixa.
Notas metodológicas
ICEC O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
IE
O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.
Confiança dos empresários do comércio cresce 1,2% em julho
Perspectiva de queda da taxa de juros em agosto influenciou expectativas da classe empresarial, aponta FecomercioSP
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