Por mais que a pandemia tenha impactado drasticamente o setor de mobilidade urbana, as empresas estão animadas com os novos leilões. A previsão é que haja bastante concorrência na licitação das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que ocorrerá no dia 2 de março. Grupos como CCR; do consórcio formado pelo grupo Itapemirim e pela Odebrecht Engenharia e Construção (OEC); e da fabricante de trens Alstom já sinalizaram grande interesse neste projeto. Também o grupo espanhol Acciona, (que recentemente assumiu a Linha 6-Laranja, em São Paulo), tem avaliado a concorrência e é visto como um provável candidato. A fabricante espanhola de trens CAF também pode compor um consórcio
O edital prevê a compra de 34 trens em um prazo relativamente curto, o que favoreceria fornecedores de material rodante na disputa.
E tem mais. O projeto tem sido estudado por construtoras de médio porte. Grupos financeiros presentes no país, como o Pátria, também seriam candidatos possíveis. Já a chinesa China Communications Construction (CCCC) disse não ter interesse.
O contrato para a operação das linhas prevê investimentos de R$ 3,2 bilhões e será de 30 anos. A concorrência vai ser definida pelo grupo que oferecer o maior valor de outorga. O montante mínimo é de R$ 303 milhões.
Embora pareça um contrassenso o sucesso do leilão em meio à crise, há diversos aspectos positivos no projeto. São linhas com um fluxo de passageiros alto, consolidado e variado. Também foram incluídos mecanismos claros para mitigar riscos, – inclusive uma cláusula específica sobre como endereçar impactos da pandemia. Por exemplo, se a demanda cair, a empresa será compensada com um aumento na contraprestação, ou seja, automaticamente há um equilíbrio. Se o sucesso do leilão se confirmar, o projeto pode abrir caminho para novas licitações de mobilidade, apesar da crise.