Segundo o Índice de Atividade Econômica de PMEs realizado pela Omie, plataforma líder em gestão (ERP) na nuvem do Brasil, o crescimento da movimentação financeira média real em novembro/21 foi puxado pelo bom desempenho dos setores de Serviços e Comércio.
A pesquisa da Omie indica que a movimentação financeira média das PMEs registrou crescimento real de 2,8% em nov/21, na comparação com igual período do ano anterior. Em relação a out/21, houve incremento de 6,2% – corroborando a sazonalidade mais forte dos meses de novembro no histórico. Em particular, as PMEs do segmento de Serviços e Comércio registraram avanço mais forte da movimentação financeira em novembro/21 (+13,6% e +10,1% YoY, respectivamente).
O monitoramento da Omie permite identificar dentro de cada grande setor as atividades que mais contribuíram para os resultados observados em novembro/21. No Comércio, por exemplo, a principal contribuição no crescimento médio da movimentação financeira no último mês ocorreu no comércio atacadista (+12,6% YoY), sobretudo nas atividades “Comércio atacadista de resinas e elastômeros” e “Representantes comerciais e agentes do comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo”.
Já no comércio varejista, em que há grande expectativa em torno do desempenho em novembro/21 por conta da Black Friday, a expansão da movimentação financeira média se mostrou abaixo do verificado no setor de Comércio como um todo, haja vista o crescimento real de apenas 3,7% em novembro/21.
Dentre as atividades que aparentemente se beneficiaram do período de promoções do último mês, destacam-se: “Comércio varejista de artigos de relojoaria”, “Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos”, “Comércio varejista de artigos esportivos”, “Comércio varejista de bebidas” e “Comércio varejista de artigos de cama, mesa e banho”.
Por outro lado, em outros segmentos em que usualmente espera-se forte desempenho por conta da Black Friday, houve queda da movimentação financeira média real no último mês: “Comércio varejista de equipamentos para escritório”, “Comércio varejista de artigos de colchoaria”, “Comércio varejista de livros”, “Comércio varejista de artigos de óptica” e “Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios”.
Figura 1 – Evolução da movimentação financeira das PMEs do setor de Comércio no Brasil (referência nov/21 – YoY %)
Fonte: Omie (série de movimentação financeira deflacionada pelo IPC-FGV).
“A frustração com os efeitos da Black Friday em alguns segmentos está diretamente relacionada ao momento econômico pelo qual passa o Brasil, em que há uma forte pressão inflacionária sobre a cesta de consumo essencial das famílias, ou seja, há pouco espaço no orçamento para compras de bens de outra natureza”, comenta Fábio Flaksberg, COO da Omie.
No segmento de Serviços, o crescimento da movimentação financeira média real se mostra muito mais relacionado às atividades que vêm sendo beneficiadas pela reabertura da economia, do que propriamente por eventuais efeitos da ocorrência da Black Friday. Quando observamos a média móvel da movimentação financeira real das PMEs no setor de Serviços, o ritmo de recuperação neste ano apresenta elevada correlação com o avanço da aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 no país, como evidencia o gráfico abaixo.
Figura 2– Evolução da movimentação financeira das PMEs do setor de Serviços x Avanço da vacinação contra a covid-19 no país
Fonte: Omie (série de movimentação financeira deflacionada pelo IPC-FGV) e Our World in Data/Google (dados referentes à vacinação com 1 dose de vacina)
De toda forma, especificamente nas atividades de “Agentes de investimentos em aplicações financeiras” e de “Agências de viagens” observou-se em novembro/21 forte crescimento da movimentação financeira média real na comparação anual, além de uma aceleração expressiva em relação aos resultados de outubro/21 – indicando que as PMEs nesses segmentos de serviços podem ter sentido um impacto benéfico do período de Black Friday.
Entenda o índice
A pesquisa realizada pela scale-up Omie monitora as atividades econômicas das PMEs brasileiras, configurando-se como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente deste nicho de mercado no Brasil. Para elaborar a pesquisa, a Omie analisa dados anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 83 mil clientes, cobrindo 622 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV) – tendo como base o índice vigente no último mês de análise -, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.