De acordo com os dados do Banco Central, o rotativo do cartão de crédito, que é quando o consumidor não consegue pagar a fatura total do cartão até a data de vencimento, registrou R$ 159,3 bilhões em novos empréstimos entre janeiro e junho de 2022. Esse é o maior nível para o período desde o ano de 2014, quando foi registrado R$ 174, 7 bilhões, considerando a correção pela inflação.
“De fato, o cartão de crédito acaba sendo uma forma prática de conseguir pagar qualquer fatura, mas é necessário cuidado e cautela no momento de efetuar os pagamentos utilizando esse recurso, caso contrário, pode acabar se tornando uma bola de neve e a pessoa acaba ficando com várias dívidas”, explica o educador financeiro Tiago Cespe, criador da Cespe Educação Financeira. O primeiro passo para conseguir usar o cartão de crédito com responsabilidade é definir um limite.
Para isso, é necessário analisar qual é a renda mensal que a pessoa recebe e quanto ela pode gastar por mês. Depois, é só entrar em contato com a instituição financeira e pedir para ela travar o limite do cartão no valor máximo que a pessoa pode gastar. Esse valor máximo deve conter uma pequena parte reservada para imprevistos. “É importante não cair em tentações também, pois a operadora pode oferecer um limite maior, mas se a pessoa quer evitar gastar descontroladamente, a melhor opção é colocar um limite. Caso acontecer uma fatalidade em um determinado mês e tiver que ser necessário gastar além desse valor, é possível entrar em contato com a central do cartão e mudar o valor”, afirma Cespe.
Outro ponto importante é sempre conferir a fatura do cartão. Através dela, é possível ver o que foi gasto no mês, se foram feitas algumas compras desnecessárias e que podem ser evitadas nos próximos meses e ter uma noção do valor total necessário mensalmente. “Muitas pessoas também costumam fazer vários cartões de crédito de diferentes instituições ou empresas, e se o consumidor em questão for do tipo que gasta desenfreadamente, isso pode ser um problema, pois conforme ele vai ultrapassando o limite de um cartão, ele vai utilizando os outros, e só consegue perceber o estrago no outro mês, quando as faturas chegam”, pontua o educador financeiro.