Elétricos da VW chegarão ao Brasil só no fim de 2022

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Enquanto marcas com produção local e importadas já têm produtos à venda ou que chegarão no começo de 2022, ainda que a preços pouco convidativos, a Volkswagen segue medindo a temperatura do mercado brasileiro para seus veículos elétricos. Mas esse processo, iniciado oficialmente em outubro, começa ser acelerado a partir desta semana.

O ID Week, realizado até o fim desta semana em São Paulo, é a largada do programa de apresentação dinâmica a formadores de opinião e potenciais do ID.3 e ID4, automóveis europeus candidatos à importação e representantes da marca no segmento, que, no acumulado de onze meses de 2021, teve somente 2,1 mil veículos licenciados.

De qualquer forma, Pablo Di Si, presidente da Volkswagen no Brasil e América Latina, diz não ter pressa para lançar automóveis elétricos no Brasil. Por enquanto, a única investida em eletrificação da marca aqui foi a tímida, quase imperceptível, apresentação de versão híbrida do Golf.

“A caminhada rumo à descarbonização inclui modelos híbridos e flex com etanol na nossa região, mas também os veículos elétricos que são referência no mundo”, deixam claro o executivo, que neste ano conseguiu a aprovação do grupo para concentrar no Brasil o centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis, sobretudo o etanol.

Segundo o executivo, na melhor das hipóteses, o primeiro VW elétrica será vendido aqui somente no fim de 2022 ou pouca coisa depois, no começo de2023. Ainda assim, não confirmou qual modelo será ou se serão os dois simultaneamente. “Precisamos ter antes uma rede de concessionárias preparada e infraestrutura de carregamento”, justificou o executivo, durante apresentação dos dois veículos nesta terça-feira, 7.

Com um período tão longo até ao lançamento comercial, obviamente ninguém na Volkswagen, nem mesmo Di Si, arrisca a revelar em qual faixa de preço os elétricos serão posicionados no mercado interno. Menor, o ID.3 deveria ser o mais barato, caso o ID.4, um crossover, também seja importado.

Além do design da carroceria, porte, espaço interno e revestimentos distinguem os dois modelos montados sobre a plataforma MEB, desenvolvida exclusivamente para carros elétricos e adotada ainda ID.5, SUV cupê apresentado na Europa em novembro, e no ID.Buzz, uma espécie de versão atualizada da Kombi que começará a se vendida no ano que vem.

A VW está apresentando apenas uma versão de cada modelo. O interior é limpo, com poucos botões no painel e sem uma alavanca de transmissão – substituída por um seletor giratório ao lado do volante.  Os dois carros têm motor traseiro de 150 kW, equivalentes a 204 cv de potência, alimentados por baterias de 58 kWh e, no caso do ID.4, de 77 kWh. A tração é traseira.

O ID.3 é um hatch, tamanho assemelhado ao de um Golf, e acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, com autonomia que pode superar os 420 quilômetros e, claro, a depender também do modo de condução adotado pelo motorista.

O ID.4 é bem maior e mais indicado para uma família, até pelo porta-malas de 543 litros – a aceleração de 0 a 100 km/h se dá em 8,5 segundos e a autonomia, de 522 quilômetros. Seria alternativa natural aos utilitários esportivos convencionais, segmento hoje que domina o mercado brasileiro com mais de 40% do total de carros de passeio vendidos no ano.

Com um carregador rápido, tipo DC (100 kW), são necessários cerca de 50 minutos para a recarga de até 80% da capacidade das baterias localizadas sob o assoalho. (AutoIndústria/George Guimarães)

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