O ano de 2020 foi uma ano atípico, com pandemia, lockdown, e claro, impacto na economia. Mas a boa notícia é que o Brasil abriu 142.690 vagas de emprego com carteira assinada em 2020, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério da Economia.
Os números são consequência de 15.166.221 contratações e de 15.023.531 demissões ao longo do último ano.
No auge da pandemia, entre março e junho de 2020, foi registrada perda de 1,618 milhão de vagas. Mas entre julho e dezembro, 1,418 milhão postos formais foram recriados. Dezembro quebrou a sequência de cinco meses de alta. Em comparação a novembro, foram menos 67.906 postos de trabalho. Os números são resultado de 1.239.280 contratações e 1.307.186 demissões no mês passado. O fechamento líquido de vagas no mês também foi bem inferior ao registrado em dezembro de 2019 (-307.311 vagas).
Os dados do Caged também apontam saldo positivo no nível de emprego em quatro dos cinco grupos de atividade econômica no acumulado de 2020. Apenas o setor de serviços recuou:
- Construção (+ 112.174 postos)
- Indústria geral (+ 95.588 postos)
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura ( + 61.637 postos)
- Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (+ 8.130 postos)
- Serviços (- 132.584 postos)
Já o comércio da cidade de São Paulo fechou 2020 com a pior taxa de empregabilidade da série histórica da Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) desde o início de 2010: foram 32.532 empregos celetistas a menos.
O setor teve uma queda de 3,78% nos seus postos de trabalho em relação a 2019 – atividade mais prejudicada desde a chegada da pandemia ao País, em março do ano passado. Até então, o ano mais negativo havia sido 2015, quando o comércio também teve mais demissões do que admissões, fechando aquele período com 27,1 vagas formais a menos.
Trajetória semelhante ao do comércio teve o setor de serviços paulistano. Em 2020 perdeu 34.960 empregos formais ao longo do ano, – o segundo pior resultado da série histórica, atrás apenas das 53.605 vagas perdidas em 2016. Os números ruins, neste caso, foram puxados pelas atividades de alojamento e alimentação, que sofreram com as restrições de circulação ao longo do ano passado e, assim, ficaram com 49.439 postos de trabalho formais a menos.
Apesar dos recordes negativos, a recuperação iniciada a partir do segundo semestre foi, da mesma forma, intensa: entre junho e dezembro, o comércio recuperou cerca de 90% das perdas de empregos daquele período, enquanto os serviços reviram 60% das vagas que tinham sido fechadas. O setor, vale lembrar, chegou a bater um recorde de seis anos em outubro, quando as 61.849 vagas formais abertas representaram o melhor desempenho para um mês desde fevereiro de 2014. Para o comércio paulistano, depois do varejo, as atividades que mais perderam postos de trabalho foram as lojas de vestuário e acessórios (-8.725), seguidas pelos atacadistas (-6.496) e pelas concessionárias de veículos (-3.909).
Estado de São Paulo também teve quedas expressivas
A queda da empregabilidade do Estado ao longo de 2020 foi puxado, principalmente pelo desempenho negativo da cidade de São Paulo. Segundo a PESP, os comerciantes paulistas fecharam o ano passado com 29.306 vagas formais a menos do que em 2019, encabeçado quase totalmente pelo varejo, que viu sua mão de obra perder 20.531 postos.
Com retração de 159.143 empregos formais, o primeiro semestre de 2020 teve o pior desempenho desde o início da série histórica da pesquisa no Estado.
Os serviços também fecharam o ano passado no negativo, com 41.687 vagas celetistas a menos. Neste caso, as retrações de 101.181 postos de trabalho nas atividades de alojamento e alimentação e de 19.502 na área da educação só não puxaram o desempenho de 2020 para um recorde histórico absoluto porque o setor de saúde humana e serviços sociais compensou, abrindo 33.431 novos colaboradores no mesmo período e as atividades administrativas e complementares tiveram uma expansão de 59.782 admissões no mercado de trabalho.