Tendo foco em sustentabilidade, o chamado sistema Euro 6 visa reduzir a emissão de gases poluentes por veículos a diesel. Estabelecido e em vigor desde janeiro a partir da Resolução nº 490, o sistema impacta no preço dos caminhões novos – de acordo com a Fenabrave, o preço médio destes veículos subiu entre 20% e 25%.
E não é apenas o bolso das empresas adquirentes de veículos que o Euro 6 impacta: companhias do segmento, que vendem soluções adjacentes também percebem uma redução de demanda. A Thermo Star, companhia brasileira especializada em tecnologias para refrigeração de transporte, também sentiu uma mudança na demanda.
“Passamos por um momento de alta demanda, especialmente na pandemia, quando havia a necessidade de mais veículos refrigerados para transporte de medicamentos e vacinas, por exemplo. No último ano essa demanda se estabilizou e com o alto custo dos caminhões, uma queda também é prevista. Nós estamos na ponta da cadeia, mas também somos impactados pelo Euro 6”, diz Raphael Kanzler, coordenador comercial da Thermo Star.
Investimento recorrente e estrutura própria para manter o negócio
De acordo com o executivo da Thermo Star, oferecer novos modelos de negócio ao cliente tem sido uma forma de driblar o momento de baixa. Uma das iniciativas que a companhia adotou foi a venda através de linha de crédito própria, fornecida junto a banco parceiro, com juros abaixo do mercado. “Assim, o investimento em refrigeração não onera no bolso do consumidor, que pode diluir o investimento e realizar ele já na aquisição do veículo, ao invés de postergar”, avalia.
Com 17 anos de mercado, a empresa também credita à saúde financeira construída ao longo dos anos o fator fundamental para períodos de crise. “Mesmo com o aumento do custo de veículos, de insumos como combustíveis ou fatores externos, que causam uma recessão global, olhamos para o futuro com otimismo, visto que seguimos investindo para ganhar mais mercado”, reforça Raphael.
Um dos investimentos da Thermo Star consiste na abertura de unidade no Recife (PE), que viabilizará uma entrega mais rápida para os clientes da região.
Setor de caminhões deve repetir resultado de 2022
De acordo com a Fenabrave, a venda de caminhões novos recuou 2% em 2022 no país e a expectativa da entidade é que o resultado se repita neste ano. Além do aumento no preço, a redução de linhas de crédito é apontada pela entidade como um dos fatores para o resultado.