Por: Marcelo Cavalcante
A semana foi marcada por notícias de demissões no setor e paralisação de linhas de montagem, na contrapartida tivemos também notícias da possível chegada de novas montadoras chinesas e planos das fábricas locais em produzir veículos híbridos, os modelos elétricos seguem com a sombra do retorno da cobrança do imposto de importação e os híbridos com aumento da alíquota.
O ano está sendo marcado por um avanço das vendas diretas e uma estagnação da modalidade varejo, existem boas oportunidades em ambas as modalidades de vendas.
As vendas de veículos novos fecharam o 2.º decêndio com 124.333 unidades, esse volume representa um crescimento de 16,75% em comparação com o mesmo período de 2022 e um avanço de 4,25% em relação ao mês de setembro.
O decêndio fecha mais uma vez alavancado pelo crescimento das vendas diretas, leia-se locadoras, a modalidade de faturamento direto fábrica vendeu 66.186 veículos e sua participação na parcial ficou em 53,23%.
As vendas acumuladas da modalidade faturamento fábrica fecharam o mês de setembro com 737.779 unidades, esse volume representou um crescimento de 11,40% em relação ao ano de 2022, sendo a maior participação para o período analisado.
O varejo vendeu na parcial até o dia vinte 58.147 veículos, fechando com uma participação de 46,77%, em setembro as vendas acumuladas da modalidade fecharam com 796.704 unidades e anotaram um crescimento de 8,71% na comparação com 2022 e uma queda de 25% quando comparado com o período pré pandemia.
No gráfico acima é possível verificar a queda da participação do varejo à partir do ano de 2015, apenas para exemplificar às vendas acumuladas no varejo até setembro ficaram abaixo do realizado no ano de 2009.
As variáveis que seguem limitando a recuperação do setor permanecem sendo aumento de preços, queda no poder de compra, juros altos e a própria estratégia das montadoras em focar em modelos de maior valor agregado.
Muitas montadoras ainda estão ajustando suas estratégias no pós pandemia, como diria um velho amigo perder mercado é muito fácil, mas recuperar não é uma tarefa de curto prazo.
Não podemos deixar de destacar que algumas marcas encontram estratégias eficientes e conseguiram ampliar sua participação.
O setor está longe de estar vivendo uma crise, mas a estagnação do varejo é um alerta que com certeza terá reflexos, algumas marcas estão com quedas nas vendas em relação ao período pré pandemia acima de 30%.
Existe também muito espaço para melhoria de processos de vendas e qualidade, novas ferramentas de gestão não param de surgir, mas essa é uma conversa para outro momento, vamos continuar as análises, boa leitura.
RANKING DE MARCAS MENSAL E ACUMULADO
A Fiat segue na liderança e com certeza a marca encontrou muitas oportunidades nesse período da pandemia, suas vendas no 2.º decêndio fecharam com 27.471 unidades, mais a frente vamos analisar as vendas por modalidade, no acumulado do ano a marca já vendeu 367.377 veículos, anotando um crescimento de 28,51% em relação ao período pré pandemia.
Na segunda posição do mês temos a GM com 20.500 unidades, no acumulado do ano ela retorna a vice liderança, seu volume anota uma queda de 30,65% em comparação com o período pré pandemia.
A VW fecha o trio da parcial com o mês com 17.938 vendas, no acumulado do ano ela está na terceira posição com 256.394 unidades, anotando uma queda de 19,11% em relação ao período pré pandemia.
As três principais marcas tem algo em comum quando o assunto é novas energias, o volume das três montadoras de modelos elétricos e híbridos é insignificante.
O segmento Premium vendeu até o dia 20 de outubro 2368 unidades, anotando uma queda de 4,44% em relação ao mês de setembro, no acumulado turbinado pelas modelos elétricos e híbridos o segmento já vendeu 35.721 unidades e cresce 20,25% em relação ao ano de 2022.
VENDAS DE NOVAS ENERGIAS – BASE 20.10.2023
O setor de novas energias vendeu até o dia 20 de outubro 5.453 unidades, o que representa uma participação no mês de 4,38%, no acumulado já foram vendidos 62.962 veículos elétricos e híbridos, fechando uma participação de 3,80%.
RANKING ELÉTRICOS
O BYD/Dolphin fecha a parcial na liderança com 717 unidades vendidas, no acumulado o modelo também lidera com 2.221 registros.
Na segunda posição de modelos elétricos temos o BYD/Yuan Plus com 99 vendas, no acumulado do ano ele está na terceira posição.
Fecha o trio de modelos elétricos do 2.º decêndio o Renault/Kwid com 44 unidades vendidas.
No ranking de marcas elétricas a liderança é da 851 unidades no mês e 3.777 unidades no acumulado.
Em segundo lugar temos a Volvo com 62 unidades no mês e 1.653 no acumulado.
Na terceira posição por marcas temos a Renault na parcial de outubro com 56 unidades, no acumulado a terceira colocação é da BMW com 700 registros.
RANKING HÍBRIDOS
O modelo híbrido mais vendido no 2.º decêndio é GWM/Haval 6 com 803 unidades, no acumulado do ano ela está na segunda posição com 6.677 registros.
A segunda posição está com o Toyota/Corolla Cross com 736 registros, o modelo é líder no acumulado com 9.286 vendas.
Fecha o trio de modelos da parcial o sedan Toyota/Corolla com 574 registros no mês e 6.223 no acumulado.
A marca mais vendida de híbridos 1.393 registros no mês e 16.285 no acumulado, na segunda posição do mês tem a GWM com 803 registros e fecha o trio da parcial a BYD com 573 registros.
VENDAS POR ESTADOS – BASE 23.10.2023
O Estado de Minas Gerais turbinado pelas compras das locadoras é líder na parcial com 35.880 emplacamentos, no acumulado em segue na segunda posição com 379.739 unidades.
Observem no comparativo a análise das vendas por Estados em relação ao período pré pandemia, é preocupante o aumento da concentração de vendas nas regiões sudeste e sul, destaque negativo para a queda nas vendas do Estado do Rio de Janeiro, recuando 37,15% em relação ao período pré pandemia.
VENDAS POR MODALIDADE
No comparativo acima podemos analisar as vendas do mês por modalidade varejo e vendas diretas de fábrica.
Observe que as três principais montadoras estão concentrando entre 57% a 64% na modalidade faturamento fábrica.
A Renault é a marca que está mais direcionando sua carteira para a modalidade de vendas diretas, nessa parcial 73,63% de sua carteira está concentrada no atacado.
A Honda segue sem vocação para o faturamento direto fábrica, apenas 6,92% de suas vendas foram concentradas no atacado.
RANKING MODELOS
GRÁFICO ADICIONAL