Composto por óleo base, extraído por refino de petróleo, e um pacote de aditivos, o óleo hidráulico mineral recebe inovações em seu desenvolvimento. “As novas tecnologias visam não só cada vez melhor desempenho, com maior índice de viscosidade; mas também maior vida útil e menor risco ambiental, e para isto, os fabricantes buscam usar sempre processos otimizados devido aos custos”, afirmou o engenheiro Alex Alencar, vice-presidente do setor de filtros industriais da Abrafiltros – Ass ociação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais e diretor da Engefluid, no evento virtual “Abra Talks”, realizado no dia 16 de setembro, quando apresentou o tema “Tecnologia de filtração para fluidos hidráulicos de baixa condutividade elétrica”.
Segundo Alencar, o óleo base, classificado como Grupo I, segundo a API (American Petroleum Institute), obtido por refino por destilação, quase não apresentam compostos orgânicos, ao contrário, do óleo mineral hidráulico e de lubrificação dos grupos II, que além da destilação, sofre hidrocraqueamento leve, e do grupo III, que conta com hidrocraqueamento severo, que contam com maior presença de compostos orgânicos. “Os óleos do grupo II e III são uma tendência no mercado, mais modern os e tecnicamente superiores”, comentou.
No caso do grupo I, apresentam índice de viscosidade de 80 a 120 e os do grupo III maior que 120, no entanto, devido à falta de teor de metais pesados com o zinco, possuem baixa condutividade, que variam de acordo com a temperatura. “Quanto mais quente o óleo, maior condutividade elétrica”, explicou Alencar. “A baixa condutividade elétrica facilita o carregamento eletrostático, fenômeno que pode trazer sérios problemas. Quando o óleo flui por meio dos filtros tradicionais compostos por fibras inorgânicas e isolantes eletric amente no sistema hidráulico surgem cargas eletrostáticas. Esse carregamento eletrostático tende a descarregar através de uma ruptura brusca e com alta concentração de energia através do faiscamento provocando danos nos componentes hidráulicos”, advertiu.
Além da condutividade elétrica e da temperatura, influenciam também o comportamento eletrostático nos sistemas hidráulicos, o material do meio filtrante, que dependem do potencial da emissão de elétrons; e a velocidade de fluxo, que quanto mais alta, maior a carga eletrostática.
“As descargas eletrostáticas podem ocasionar no óleo hidráulico envelhecimento acelerado, surgimento de radicais livres que atacam antioxidantes e formação de verniz. Já no elemento filtrante, criam furos e destroem a estrutura de suportes. Além disso, pode causar explosões no tanque hidráulico”, afirmou.
Ao final da apresentação, Alencar recomendou sempre identificar o tipo de óleo utilizado, buscar na especificação do óleo os livres de zinco para reduzir o risco ambiental, medir a condutividade elétrica do óleo, pedir apoio ao fornecedor do filtro quando necessário e utilizar elementos filtrantes que inibam o carregamento eletrostático.
Para o presidente da Abrafiltros, João Moura “a indústria como um todo necessita da filtração hidráulica para manutenção e aumento da performance e vida útil de suas máquinas e equipamentos. As novas tecnologias servem como uma ponte para o futuro e devemos estar sempre atentos”.
O próximo Abra Talks acontece no dia 11 de novembro (quinta-feira) às 9h e, abordará assuntos relacionados aos segmentos de Filtros Industriais, Saneamento e Filtros para Estações de tratamento de água e efluentes & reúso e Filtros Automotivos.