Fiscalização é a arma para diminuir a gravidade dos acidentes nas estradas do Brasil

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Entramos na semana nacional do trânsito, que vai de 18 a 25 de setembro, e com ela, trazemos uma reflexão em torno de como evitar ou minimizar os graves acidentes pelas estradas do país. Recentemente, a Polícia Rodoviária Federal conduziu um levantamento que revelou uma situação alarmante nas rodovias federais brasileiras nos quatro primeiros meses deste ano. De acordo com esse estudo, quase metade (46%) das mortes registradas nas rodovias federais envolveu caminhões ou carretas. Esta estatística enfatiza a gravidade das ocorrências relacionadas a veículos de grande porte nas estradas.

Segundo a PRF, cerca de 5% dos acidentes em rodovias federais ocorrem devido a falhas mecânicas nos veículos. Essas falhas são muitas vezes resultado da falta de manutenção adequada ou da ausência de inspeções técnicas regulares. É importante ressaltar que a cultura da manutenção é fundamental para prevenir tais problemas mecânicos.

Surpreendentemente, apesar de ser previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) desde 1997, o programa de inspeção da frota ainda não foi implementado. Isso é motivo de preocupação, uma vez que a falta de fiscalização e inspeção adequada contribui para um alto número de acidentes nas rodovias federais.

O especialista em aftermarket automotivo, conselheiro do Sindirepa Brasil e Diretor da Alvarenga Projetos Automotivos, Luiz Sérgio Alvarenga, ressalta que os acidentes em rodovias tendem a ser mais graves do que aqueles ocorridos em áreas urbanas.

Segundo a pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) em 2022, a média foi de sete acidentes com vítimas a cada dez quilômetros de rodovias. Os números são impactantes: foram 5.432 vidas perdidas nas estradas em 2022, sendo que 44,8% eram passageiros de automóveis, 30% eram motociclistas e 14,2% eram motoristas e passageiros de caminhões. Alvarenga enfatiza que, em uma colisão, os caminhões têm uma vantagem estrutural, o que torna esses acidentes ainda mais letais.

Segundo o especialista, a falta de fiscalização e inspeção adequada dos veículos de carga é um problema grave que precisa ser abordado com urgência. “Além das tragédias humanas, os acidentes em rodovias federais brasileiras em 2022 custaram quase R$ 13 bilhões, um montante que poderia ser investido em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura rodoviária”, explica.

Vale lembrar que em março de 2022 o Governo Federal publicou a Medida Provisória nº 1.112 de 31 de março de 2022 criando o Programa de Aumento da Produtividade da frota Rodoviária no País – Renovar, porém, deixou de fora a inspeção veicular.

A Semana Nacional do Trânsito é um evento anual que faz parte do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Embora as campanhas educativas aconteçam durante o ano, setembro é o período em que as entidades que integram o Sistema Nacional de Trânsito concentram esforços em ações de educação e fiscalização. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância de um trânsito mais seguro e os impactos negativos do uso desordenado e excessivo de veículos no meio ambiente.

Neste ano, a Senatran adotou o tema “No trânsito, escolha a vida”, enfatizando a responsabilidade individual no trânsito, já que cada cidadão que circula nas vias públicas tem um papel fundamental na redução de acidentes.

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