Em novembro, o mercado de caminhões contabilizou o emplacamento de 10.200 veículos, com uma média diária de 535 unidades. Esse volume representa uma queda de 16% em relação aos 12.218 veículos vendidos em outubro deste ano, mas supera em 10,6% os 9.229 comercializados no mesmo mês de 2023, conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Para dezembro, a previsão da Anfavea é de um aumento de 5,3% nas vendas, alcançando 10.700 unidades, o que resultará no encerramento de 2024 com um total de 124.200 veículos emplacados. Esse número representaria um crescimento de 15% em relação aos 108 mil veículos vendidos em 2023. Segundo Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, o desempenho deste ano demonstra uma recuperação significativa no setor, que volta à normalidade.
Freitas explicou que o avanço nas vendas em 2024 foi impulsionado por dois fatores principais: a base de comparação baixa de 2023, causada pela implementação do Proconve P8, e o impacto positivo do crescimento do PIB, que favoreceu o setor.
Produção
A produção de caminhões em novembro totalizou 13.200 unidades, uma redução de 10,7% em relação às 14.792 fabricadas em outubro, mas 31,7% superior às 10.303 unidades do mesmo mês em 2023. A estimativa para dezembro é de uma queda de 14,2%, com 11.300 unidades produzidas. Ainda assim, o segmento deve encerrar 2024 com 141.900 veículos fabricados, o que representa um aumento de 41% em relação ao ano anterior.
Freitas ressaltou que, embora o setor tenha retomado a normalidade, ainda há espaço para crescimento. Em 2021 e 2022, o mercado operava em um patamar superior, com produção na casa de 160 mil unidades.
Exportações
O segmento de veículos pesados, especialmente caminhões, enfrenta desafios nas exportações, principalmente na América Latina. A falta de competitividade devido aos altos custos e às condições de financiamento pouco atrativas são apontadas como os principais entraves. A Anfavea projeta o embarque de 22 mil veículos pesados em 2024, com um crescimento de 4,5% em 2025, chegando a 23 mil unidades exportadas.
Ano de destaque
Para Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, 2024 foi um ano de superação e destaque para o setor automotivo. Apesar de desafios como enchentes no Rio Grande do Sul, greves no setor e nos órgãos públicos, e problemas de abastecimento no início do ano, o segundo semestre trouxe o melhor desempenho em vendas da última década.
Lima destacou o crescimento do setor automotivo brasileiro, o maior desde 2007 e superior ao de outros grandes mercados globais. O setor registrou o maior ciclo de investimentos da história, somando mais de R$ 180 bilhões, com R$ 50 bilhões destinados ao segmento de autopeças. Além disso, 2024 marcou a criação de 100 mil novos empregos no setor. Esses números refletem o avanço do Brasil na produção de novas tecnologias e na consolidação do mercado automotivo como um dos mais promissores globalmente.
