Em um movimento que reforça o compromisso do Brasil com a sustentabilidade, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin anunciou, em 12 de dezembro de 2024, a Missão 5 da Nova Indústria Brasileira (NIB). A iniciativa, focada em bioeconomia, descarbonização e transição energética, estabelece metas claras para 2026 e 2033, alavancando investimentos públicos e privados, inovação tecnológica e o desenvolvimento de cadeias produtivas estratégicas. Com isso, o Brasil busca consolidar sua posição como líder global em sustentabilidade.
Principais decisões e metas:
• Metas para 2026:
• Reduzir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto.
• Ampliar em 27% a participação de biocombustíveis e veículos elétricos na matriz energética de transporte.
• Aumentar em 10% o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria.
• Metas para 2033:
• Reduzir ainda mais as emissões de gases de efeito estufa em alinhamento com as metas do plano clima.
• Ampliar para 50% a participação de biocombustíveis e elétricos na matriz energética de transporte.
• Elevar para 30% o uso sustentável da biodiversidade pela indústria.
• Desafios estratégicos da Missão 5:
Cadeias produtivas selecionadas para adensamento e inovação:
• Diesel Verde e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
• Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono.
• Biometano.
• Aço e Cimento Sustentáveis.
• Aerogeradores e Painéis Solares.
• Mapeamento de cadeias produtivas:
• Mais de 22 informações analisadas para cada cadeia.
• Construção de matrizes insumo-produto e benchmarking internacional para aumentar a competitividade brasileira.
• Investimentos públicos e privados:
• Entre 2023 e 2024, R$ 74,1 bilhões foram destinados a cadeias produtivas de descarbonização por meio do Plano Mais Produção.
• Para 2025 e 2026, estão previstos R$ 14,18 bilhões adicionais.
• Setor privado anunciou R$ 380,1 bilhões em investimentos, totalizando R$ 468,38 bilhões para cadeias da Missão 5.
• Sanção de marco regulatório:
• Foi sancionada a lei que institui o mercado regulado de carbono no Brasil, incentivando a descarbonização, atraindo investimentos sustentáveis e estabelecendo um modelo de precificação de carbono.
Bioeconomia e transição energética
A bioeconomia, pilar da Missão 5, representa uma oportunidade única para o Brasil aproveitar sua biodiversidade de maneira sustentável, criando produtos de alto valor agregado, gerando empregos qualificados e posicionando o país como líder global no segmento. Ao mesmo tempo, a transição energética avança com a diversificação da matriz nacional, priorizando o hidrogênio de baixa emissão, biocombustíveis e fontes renováveis como solar e eólica.
A ampliação do uso tecnológico e sustentável da biodiversidade não apenas estimula a inovação, mas também reforça o compromisso do Brasil com práticas de ESG (ambiental, social e governança). Já o fortalecimento das cadeias produtivas de energia limpa e materiais sustentáveis, como aço e cimento verdes, é um passo essencial para atingir as metas climáticas globais e promover uma economia de baixo carbono.
Desafios e perspectivas
Embora o plano seja ambicioso, a implementação das metas enfrenta desafios. A integração entre setores público e privado será essencial para superar barreiras logísticas, regulatórias e tecnológicas. Políticas claras, incentivos financeiros e programas de capacitação serão fundamentais para preparar a força de trabalho para as novas demandas industriais e garantir que os benefícios da transição sejam amplamente distribuídos.
O mercado regulado de carbono, por sua vez, exigirá uma infraestrutura robusta para monitoramento, reporte e verificação de emissões, além de garantir que o sistema seja acessível a empresas de diferentes portes. A inclusão das pequenas e médias empresas nesse mercado será um indicador importante do sucesso da política.
O impacto da Missão 5
A Missão 5 não é apenas um marco para a sustentabilidade brasileira, mas também um passo estratégico para o desenvolvimento econômico e social. Os R$ 468,38 bilhões em investimentos públicos e privados demonstram a confiança na capacidade do Brasil de liderar a transição verde global. Essa iniciativa posiciona o país como protagonista no combate às mudanças climáticas, reforçando sua importância no cenário internacional.
Com metas claras, estratégias bem definidas e recursos mobilizados, o Brasil avança em direção a uma economia sustentável e resiliente. Ao integrar inovação tecnológica, preservação ambiental e desenvolvimento econômico, a Missão 5 estabelece um modelo para o mundo, provando que crescimento e sustentabilidade podem caminhar lado a lado.