Os cabos de ignição têm a importante função de conduzir a corrente elétrica da bobina até as velas de ignição. Entre as possíveis falhas desse componente está a deficiência de isolação elétrica, que permite que a alta tensão escape pelos cabos e promova falha no sistema de ignição. Para evitar que danos sejam intensificados na peça, a NGK, multinacional japonesa especialista em sistemas de ignição, aponta os principais sinais de desgaste nos cabos de ignição. Confira:
- Aumento do consumo de combustível, que, se não for queimado no motor, pode comprometer componentes como o catalisador – que possui um custo muito elevado;
- Ampliação dos níveis de emissões de poluentes;
- Falha no funcionamento do motor;
- Dificuldade na partida do motor;
- Marcha lenta irregular;
- Falha na retomada da velocidade.
Diante dos problemas que os motoristas podem enfrentar, o especialista Hiromori Mori, consultor técnico da NGK, indica procedimentos indispensáveis para prevenir eventuais desgastes nos cabos:
- Realização de teste de isolação elétrica para checar se a sua isolação foi comprometida;
- Medição da resistência elétrica dos cabos, uma vez que a resistência elevada dificulta a passagem de corrente elétrica;
- Verificação de sinais de flash-over – passagem de corrente elétrica entre o cabo e as velas ou entre o cabo e a bobina de ignição que gera marcas visíveis nos cabos de ignição;
- Constatação da integridade da borracha dos terminais dos cabos, porque o ressecamento ou a flacidez da borracha dificulta a isolação elétrica, enquanto os fios ressecados e rígidos sugerem ressecamento do material dos cabos de ignição.
De acordo com Mori, o uso do veículo em condições de trânsito intenso, em que há maior aquecimento da região do cofre do motor, compromete a vida útil dos cabos de ignição. Segundo o especialista, os vazamentos do óleo de motor, quando entram em contato com os cabos, provocam uma degradação do material que produz os cabos. Já o uso de produtos químicos para lavagem do motor ocasiona desgaste dos cabos de ignição por agressão química.
“A melhor forma de evitar o problema nos cabos de ignição é a manutenção preventiva. Com o aquecimento provocado pelo uso do veículo, o material de borracha dos cabos de ignição apresenta um ressecamento. Por isso, é recomendável a troca dos cabos de ignição a cada três anos ou 60 mil quilômetros – o que ocorrer primeiro. Dessa forma, mantém-se a integridade dos cabos e o funcionamento correto do sistema de ignição”, explica Mori.
O consultor da NGK aconselha que o processo de substituição dos cabos de ignição seja realizado por um profissional especializado em reparação automotiva por demandar uma sequência correta de instalação. “A inversão dessa ordem ou o uso de ferramentas incorretas pode provocar falhas na ignição, além de danificar os cabos novos”, alerta Mori.