Especialista em carros, João Anacleto, analisa o futuro das oficinas reparadoras
O futuro chegou. Os carros ainda não voam, mas já existem protótipos de carros que andam sem precisar de um motorista. São os chamados carros autônomos. Enquanto essa tecnologia não chega de vez, o mercado automotivo vai se inovando com a inserção de novas tecnologias, tornando os carros super digitais. Computador de bordo, Bluetooth, comando por voz, sensor de ré – ai que delícia não dar totó no carro de trás – já estão presentes na maioria dos veículos atuais. E qual é o impacto dessa transformação nas oficinas de reparação?
O jornalista João Anacleto, especialista em automóveis, e proprietário do canal A Roda no Youtube, lembra que o mercado já passou por mudanças “tecnológicas”, quando os motores – que eram maiores e havia carburador, – diminuíram de tamanho e passaram a contar com injeção eletrônica e algumas reparações deixaram de ser físicas para serem feitas via software.
Anacleto afirma que, com a tecnologia de hoje em dia, o profissional da oficina tem que ser um profissional mais completo para acompanhar toda essa evolução. E não só. Poderá incorporar ao seu time de colaboradores profissionais da área de programação, de tecnologia da informação, para lidar com painéis digitais e centrais multimídias, que possuem aplicativos desenvolvidos especialmente para o carro, dentro daquele sistema.
Para o jornalista, mais que uma oficina reparadora, o profissional deve preparar o seu negócio para ser um centro de manutenção também, já que é um caminho sem volta. “Essa transformação tem que começar agora, porque essa é uma onda que vai varrer quem não estiver pronto”, afirma Anacleto. Mesmo porque, com o profissional se adaptando à atual tecnologia, e adquirindo todo esse conhecimento, ele estará apto a fazer modificações nas atualizações de sistema que ocorrerão ao longo dos anos. Ou seja, o próprio reparador pode ser um parceiro da fabricante para atualizar anos depois, por exemplo, a central multimídia dos carros da marca. “O reparador que estiver ligado nisso só tem a ganhar. Vai mudar o foco dele, mas ele vai estar pronto para encarar essa década que promete ser a década da conectividade em todos os automóveis”, conclui.