O setor de automóveis e comerciais leves encerrou o mês de setembro com 142.351 unidades vendidas, fechando uma série de três meses consecutivos de quedas, em relação ao mesmo período de 2020 às vendas registraram um recuo de 28,39%, em comparação com o mês anterior os volumes caem 10,20%.
Diante do atual cenário as projeções de vendas para o ano de 2021, com certeza, serão revistas pela Anfavea, se for mantido esse ritmo de vendas a tendência é um crescimento abaixo de 4%, sujeito, inclusive, a retração.
Com a proximidade do final do ano e o aumento nas vendas de equipamentos eletrônicos, o desequilíbrio na oferta de semicondutores tende a agravar-se, limitando ainda mais a capacidade de reação da indústria automobilística.
Com a produção limitada muitas marcas estão reduzindo ou até eliminando as ofertas de veículos do segmento de entrada, um movimento que deve permanecer em 2022. Para compensar a queda no volume de vendas a maioria das montadoras tem buscado comercializar modelos que agreguem maior rentabilidade nas operações, além de reajustarem seus preços para compensar os aumentos de custos e reduzir parte das perdas.
VENDAS ACUMULADAS DE AUTOMÓVEIS E COMERCIAIS LEVES
As vendas acumuladas de automóveis e comerciais leves totalizaram até o final de setembro 1.469.886, registrando um crescimento em relação ao ano anterior de 13,19%, quando comparamos com o ano de 2019 sem os entraves da pandemia, o segmento anota uma queda de 24,03%.
As vendas no varejo cresceram nesses primeiros nove meses 16,18%, enquanto o atacado anotou um crescimento de apenas 9.33%, o resultado do atacado é parcialmente justificado pela dificuldade das montadoras em atenderem a demanda represada das locadoras, estima-se que mais de 200 mil veículos não devem serem entregues em 2021.
O mês de setembro foi marcado pela paralisação parcial de várias fábricas, inclusive a Fiat que anunciou a suspensão de um de seus turnos da unidade de Betim, 1.800 funcionários estão em lay-off até janeiro de 2022.
Para o mês de outubro além da redução na produção da Fiat, Toyota e VW já anunciaram paralisações parciais, depois da GM a VW é a marca de volume que mais tem sofrido com crise de abastecimento dos semicondutores.
A notícia positiva é a que a GM anunciou que vai dobrar a produção de suas unidades de Gravataí e São Caetano do Sul, devendo atender parcialmente a demanda represada dos modelos Onix, Onix Plus e Tracker.
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RANKING DE MARCAS VENDAS MENSAIS
A Fiat encerra mais uma vez na liderança, suas vendas no mês de setembro foram de 29.037 veículos, em relação ao mês anterior a marca italiana caiu 25,62%, no acumulado suas vendas registram um crescimento de 64,21%, mantendo uma larga vantagem de mais de 100 mil veículos em relação ao segundo colocado. A Fiat/Toro foi o seu modelo melhor posicionado em setembro, ficando na segunda posição, a Fiat/Strada fechou o mês na quarta posição, no acumulado o modelo permanece na 1ª posição.
A VW mesmo com as paralisações conseguiu manter a segunda posição, suas vendas no mês foram de 20.683 veículos, 11,17% abaixo do mês anterior e 38,56% abaixo do realizado em setembro de 2020. No acumulado a marca está muito próxima das vendas realizadas no ano anterior, anotando um crescimento de apenas 2,51%.
A GM finalmente consegue retornar a produção e deve acelerar as entregas represadas, a marca americana registra uma queda nas vendas acumuladas de 27,85%, já suas vendas no mês cresceram 101% em comparação com agosto.
A Hyundai fecha o mês na quarta posição, com destaque para a liderança no ranking de modelos para o HB-20, o modelo Creta ficou na oitava colocação. Suas vendas acumuladas anotam um crescimento de 25,58%.
A Toyota retorna para quinta posição no mês de setembro. A marca japonesa enfrentou dificuldades em atender a demanda do Corolla Cross e no mês outubro sua unidade de Indaiatuba vai suspender parcialmente a produção do Sedan Corolla entre os dias 13 até o dia 22. Segundo comunicado da montadora, a suspensão é pela falta do atuador do freio. No acumulado, a marca anota um crescimento de 35,52%.
Entre as marcas Premium o destaque permanece com a BMW, Volvo e Porsche, todas registram crescimento no acumulado acima da média do setor.
VENDAS POR ESTADOS
O Estado de São Paulo continua liderando as vendas de automóveis e comerciais leves, mas seu volume acumulado registra um crescimento abaixo da média de mercado (1,08%). Entre os fatores que podem justificar parcialmente este índice temos o aumento de impostos para veículos novos e seminovos, a redução na oferta de veículos para o público PCD e a longa duração das medidas de restrição da pandemia. É preciso ficar atento, pois São Paulo antecipa movimentos da economia.
A marca que está liderando as vendas em São Paulo é a VW com 16,70%, seguida pela Fiat, com 15% e fechando o trio a Hyundai com 11,90%. O modelo mais vendido em setembro para os paulistas foi o Jeep/Compass, seguido pelo HB-20 e completando o pódio o VW-TCross.
Minas Gerais segue com sua vocação em grandes volumes de emplacamentos para as locadoras, quase 80% do que foi emplacado no Estado Mineiro em 2021 foi na modalidade de vendas diretas, suas vendas acumuladas registram um crescimento de 22,85%, a queda de 22% em relação ao mês anterior e o um dos indicativos da dificuldade das montadoras em atenderem a demanda do setor.
A Fiat lidera as vendas em Minas, com uma participação de 38,60%, a segunda colocada é a VW com 15%, seguida pela GM com 8,5%.
O modelo mais vendido no mês de setembro para os mineiros foi o Fiat/Argo com 2.918 unidades emplacas.
O Paraná tem a terceira posição do mês e do acumulado, o Estado registra um crescimento de 13,10%, a marca mais vendida para os paranaenses é a VW com 24% de participação. O modelo mais vendido em setembro foi o VW/TCross com 1.024 unidades, seguido pelo Jeep/Compass 568 e fechando o trio a GM/S10.
O Rio de Janeiro segue recuperando o parte das perdas de 2020, sendo o Estado que registra maior crescimento em relação ao ano de 2020 (39,31%), o modelo mais vendido no mês de setembro para os cariocas foi o Jeep/Compass, seguido pelo Jeep/Renegade e fechando o trio outra SUV, a Honda HR-V, a marca mais vendida no acumulado é a Fiat, com 19,30% das vendas totais.
RANKING DE VENDAS VAREJO X VENDAS DIRETAS
O mês encerrou com uma participação nas vendas no varejo de 61,50% e o atacado mesmo com as dificuldades de entrega encerrou o mês de setembro com uma participação de 38,50%.
No acumulado as vendas no varejo estão crescendo 16,18%, a liderança está com a Fiat, entre as marcas de volume apenas Ford e GM registram quedas nessa modalidade.
A modalidade vendas diretas (atacado) também é liderada pela Fiat, os italianos tem apresentado um excelente desempenho em ambas as modalidades.
As vendas no atacado estão concentradas em mais de 50% nas locadoras, este setor deve encerrar o ano com uma participação nas vendas totais entre 16% a 21%, seu volume de compras segue prejudicado pelas entregas que não serão atendidas no ano corrente, em 2020 foram vendidos para as locadoras 360.567, contra 541.346 de 2019.
Ranking de modelos de automóveis e comerciais leves.
O destaque do mês é a liderança do HB20, o modelo mesmo com o avanço dos SUVs consegue manter um excelente volume de vendas, suas vendas estão concentradas no varejo e seu modelo de entrada representou apenas 24% das vendas do mês, sua versão mais barata parte de R$59.890 e sua versão mais completa é R$90.000. Nas vendas acumuladas o modelo retorna a segunda posição, registrando um crescimento de 16,27%.
As três primeiras posições tiveram três sub segmentos diferentes: um Hatch na liderança, uma Pick-ups na segunda posição e um SUV completa o trio.
O ranking segue cheio de modelos registrando quedas pela falta de produtos, nenhuma marca foi poupada, inclusive a Fiat, a maioria de seus modelos registrou forte recuo em relação ao fraco mês de agosto.
O baixo volume de estoques de concessionárias e montadoras está conseguindo ressuscitar modelos que já estão com os dias contados para deixar o mercado, o VW/Fox encerrou o mês de setembro com um crescimento nas vendas de 152%.
O cenário para o mês de outubro é de paralisações e falta de produtos. Temos que aguardar até o dia 10 para fazermos novas projeções.
Boas Vendas e muita paciência.
