Selic sai de 7,75% para 9,25% ao ano, quais os impactos na sua empresa e no seu bolso?

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Na data de ontem, 8 de dezembro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) subiu em 1,5% a taxa Selic, taxa de juros oficial da economia brasileira, que saiu de 7,75% para 9,25% ao ano.

Se olharmos para o ano de 2021 e voltarmos para janeiro quando a taxa Selic era de 2% ao ano, podemos observar que em apenas 1 ano tivemos uma alta bem significativa de 7,25%, maior alta em um ano desde 2017.

Mas por que o Copom elevou a taxa Selic tantas vezes este ano?

A taxa Selic é um instrumento utilizado pelo Banco Central para conter a inflação, ou seja, com a alta dos preços dos produtos e serviços (inflação), o Banco Central eleva os juros para desestimular o crédito e consequentemente diminuir o consumo das famílias.

Consumo em queda e produção em alta faz os preços baixarem e a inflação diminuir.

Mas infelizmente a conta não funciona desta forma simples como parece, pois não é só o consumo que impacta os preços.

2021 não foi um ano fácil, tivemos a crise hídrica que elevou o preço da energia elétrica, a alta do dólar que elevou o preço dos produtos importados, a alta nos alimentos reflexo das mudanças de consumo e puxado pela injeção de bilhões de reais referente o auxílio emergencial além da alta no preço dos combustíveis.

A inflação já acumula uma alta de 10,67% nos últimos 12 meses.

Inflação alta, taxa Selic alta, crédito caro.

Como consequência, as taxas dos juros de cartão de crédito, do cheque especial e do capital de giro aumentam também. Para as empresas, as margens de lucro ficarão cada vez mais apertadas, pois nem sempre será possível repassar 100% desta elevação do preço e dos custos aos seus produtos e serviços.

Neste cenário qual o melhor caminho?

  • Renegociar com fornecedores: é o primeiro passo. De maneira transparente é importante negociar prazos maiores e carência para pagamentos.
  • Reduzir custos e investimentos: coloque tudo na ponta do lápis, tenha as finanças da empresa organizadas e não misture os pagamentos e despesas com as contas pessoais. Separe um valor em caixa para imprevistos.
  • Antecipe os recebíveis: é uma linha de crédito rápida que pode aliviar o fluxo de caixa.
  • Negocie com os funcionários a possibilidade de diminuição da carga horária com redução do salário ou antecipação das férias. “A demissão pode ser uma opção, mas pode custar caro para o empresário.”
  • Busque por crédito mais barato fora dos bancos tradicionais através de fintechs e startups financeiras que podem ser uma alternativa para as micro, pequenas e médias empresas ou mesmo linhas subsidiadas pelo governo como as linhas do BNDES.

Nesta hora o controle de custos, a gestão financeira, conhecer bem seu negócio e ter um bom controle interno serão as chaves para fazer o seu negócio prosperar.

Economista, Planejadora Financeira CFP®️ – Certified Financial Planner, Consultora de Investimentos CVM, pós-graduada em Negócios Bancários (FGV-SP) e em Psicologia Positiva (PUC-RS). Possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, atuando nos maiores bancos do país.

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