Se o termo ESG – sigla em inglês que une a responsabilidade ambiental, social e de governança corporativa – é a grande tendência em diversas áreas, garantir ações afirmativas que sejam abrangentes vem se tornando um desafio para colocar estes valores em prática.
No mercado de logística e transporte, investimentos em tecnologia nas operações com caminhões vêm ganhando destaque por cumprirem o objetivo de unir aumento de eficiência e utilizar Inteligência Artificial (IA) como uma aliada para ampliar a segurança para os condutores.
A Semana Nacional do Trânsito, que vai de 18 a 25 de setembro, utiliza como convite à reflexão a frase “você também é responsável por um trânsito melhor”. Esta também é a premissa que tem estimulado empresas a investir em câmeras com IA, sensores de fadiga e telemetria para aumentar a segurança e ampliar as ações de responsabilidade social.
Ítalo Francisco Souza é coordenador corporativo de planejamento e controle na Viterra, agroindústria que cultiva e produz açúcar, etanol e energia elétrica. Ele explica que além da atividade principal de transportar cana para a indústria, a companhia também tem uma operação complexa na qual utiliza caminhões de abastecimento e a segurança.
“Se contabilizarmos todo o circuito onde trabalhamos, é uma área que abrange quase 20 municípios. Operamos por estradas agrícolas e rodovias com todos esses veículos, pesados e leves. Então, nós temos uma interação muito grande com toda a sociedade e toda a tecnologia embarcada que usamos hoje é visando a segurança, não somente do nosso colaborador, mas de todos”, disse.
Encarregado do grupo de monitoramento da IB Logística, José Gomes Fonseca explica que a segurança é um pilar para a companhia, que atua no transporte canavieiro.
“Depois que iniciamos o monitoramento por câmeras, tivemos uma visão mais ampla, passamos a ver o que realmente acontecia. Isso abrangeu a parte da segurança não só para os colaboradores que trabalham nos veículos, mas também do entorno, como outras pessoas que trafegam na área em que trabalhamos”, explicou.
Segurança enquanto pilar na operação
O assistente de logística no Grupo Aralco, que atua na fabricação de semicondutores de energia renovável, Wellington Faria explica que o setor identificou a necessidade do uso da tecnologia para aumentar a segurança após o registro de acidentes que deixaram prejuízos materiais.
“Vínhamos de um histórico de alguns acidentes não fatais, mas com impacto financeiro grande. Então, levamos para a diretoria e vimos que zelar pela segurança, tanto pessoal quanto dos nossos ativos, era o que a gente precisava. O primeiro passo foi assegurar os dois lados, o humano e o material”, explica o gestor.
“A responsabilidade em caso de acidente tem um impacto grande. Tem a questão da imagem da empresa, o que ela pode sofrer com isso, então trouxemos a tecnologia para a operação. Isso é também transmitir para a sociedade a mensagem de que a companhia está investindo em segurança e que se importa”, finaliza.
Gerente de novas tecnologias na usina Ipiranga, Henrique Tittoto explica que a preocupação com segurança foi fator decisivo para implantar a tecnologia nas operações logísticas.
“Fomos atrás de tecnologia por questão de segurança. Nos últimos três anos registramos alguns acidentes de alto risco e fomos procurar no mercado o que que poderíamos fazer de diferente sobre esta questão. Acabamos fazendo alguns testes, gostamos e optamos por começar este projeto de adotar o monitoramento nos veículos”, explica o gestor.
Tittoto conta que o uso de câmeras com Inteligência Artificial e o sensor de fadiga foram responsáveis por aprimorar as operações e fornecer um retrato amplo do dia a dia dos condutores.
“Segurança sempre foi um ponto de atenção para nós, mas a situação muda de figura quando a gente visualiza a prática. Em nenhuma ação antes tínhamos uma câmera e víamos o problema acontecendo. A partir do momento em que temos a tecnologia, o visual é muito impactante. E eu acho que isso mexeu com todo mundo para agirmos e aprimorarmos a segurança com a adição das câmeras”, explica.
Tecnologia aliada ao fator humano
Responsável pelas tecnologias adotadas por estas empresas, a Trimble Transportation Latam vem promovendo uma mudança na atuação dos clientes que se estende da decisão baseada em dados até o aprimoramento da operação.
“A tecnologia ela vem como uma grande aliada da segurança para garantir que nós vamos conseguir identificar o que se passa dentro da cabine junto com os motoristas, que são os verdadeiros protagonistas das operações de transporte. Eles são quem garante a produtividade das operações logísticas”, disse Rebeca Ludovico, gerente comercial da Trimble Transportation.
A executiva ainda reforça o caráter de aliada que novos recursos, como a Inteligência Artificial, assumem dentro da operação para garantir mais segurança. “Um acidente pode ter um impacto gigantesco, pode causar fatalidades e o envolvimento de muitas vidas. Então, a tecnologia vem mesmo como um aliado para andar ao nosso lado e garantir que as operações vão ser mais seguras, para engajar os motoristas na cultura de segurança também e promover que eles vão voltar em segurança para suas casas e para as suas famílias”, finaliza.