Simpósio debate desafios setoriais na descarbonização da mobilidade

Na foto superior, integrantes do Painel I em debate mediado por Roberta Teixeira (centro). No Painel II, debate coordenado por Rodolfo Ferreira (ao microfone)

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O setor brasileiro de lubrificantes, aditivos e fluidos desenvolve e domina a tecnologia de seus produtos, possui um dos sistemas de logística reversa mais eficaz do mundo, tem muito a contribuir com o processo de descarbonização veicular, mas ainda assim enfrenta desafios importantes, um deles é o da comunicação e conscientização do consumidor final em relação ao uso correto dos óleos lubrificantes.

Esta foi a conclusão da 16ª edição do Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, organizado e promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, na última quinta-feira, 26, no Millenium Centro de Convenções, em São Paulo, que trouxe à baila o tema “Os caminhos da mobilidade sustentável”.

Depois da abertura oficial do evento, conduzida por Marcus Vinicius Aguiar, presidente da AEA, e por Simone Hashizume, coordenadora do simpósio, coube a Ana Helena Mandelli, gerente de Distribuição de Combustíveis, do IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, desenvolver a palestra inaugural do simpósio com o tema “Combustíveis no contexto da transição energética”.

“O Brasil é o 9º produtor de petróleo, 9º maior parque de refino, corresponde a 10% do PIB industrial, 2º maior produtor de biocombustíveis, 8º mercado consumidor do mundo, gera 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos, estão programados 140 bilhões de reais em infraestrutura de produção e logística até 2035, representa 48% da oferta interna de energia… Em 2022, o setor faturou 800 bilhões de reais e recolher 140 bilhões de reais em impostos. Um setor com essa grandeza não pode simplesmente acabar”, decretou Mandelli, ao sustentar a contraposição à tão propalada guinada energética no mundo e no Brasil.

Em dois painéis, nove palestras e dois debates compuseram o simpósio. Alexandre Almeida, da Mahle, discorreu sobre “Células de combustíveis e os lubrificantes para atender à tecnologia”, por meio do qual fez uma correlação dos sistemas periféricos de células de combustível com os lubrificantes, aditivos e fluidos. “Certamente novos desafios virão a esse setor por conta da alta tecnologia dos fuel cell”, alertou Almeida, para quem, inicialmente, deve ser mais expressiva na produção de veículos pesados. “Estima-se que 11% da produção global de veículos pesados, em 2035,  terá tecnologia de célula de combustível”.

Andreza Frasson, da Lwart, por sua vez, fez ampla explanação sobre a produção brasileira de óleo básico do Grupo II a partir do rerrefino. Trata-se de uma produção anual de 366 milhões de litros, o que representa 56% do total de óleo básico do Grupo II, contribuindo assim com a economia circular e sustentável desse produto.

Ao apresentar as metas das principais montadoras e fabricantes do Tier-1 de emissão zero até 2050, Luiz Mascaro, da Infineum, mostrou os principais desafios e impactos do setor de lubrificantes, aditivos e fluidos, como os de redução de emissão de gases poluentes versus economia de combustível; novas tecnologias setoriais para os  motores a biocombustíveis, hidrogênio verde, gás natural, biogás; desafio da busca por eficiência e durabilidade nos sistemas de pós-tratamento e até no desenvolvimento de fluidos para veículos elétricos.

O painel I teve ainda a participação de Edson Fonseca, da Lubrizol, discorreu sobre o tema “Como os óleos de transmissão e eixo podem auxiliar no caminho para sustentabilidade”.

Esse bloco de palestras, ao seu final, teve sessão de debate, mediada por Roberta Teixeira, diretora de Lubrificantes da AEA.

Pesados – O painel II, no período da tarde, começou com a palestra “Proconve P8 – Os desafios na visão da montadora”, conduzida por Anibal Machado, da Mercedes-Benz, em que, após comparativo da evolução da legislação de emissões no Brasil e no mundo, falou da importância do filtro de partículas Diesel (DPF) no sistema de pós-tratamento dos gases de escape; enquanto Rafael Ribeiro, da Oronite, abordou o tema “Proconve P8 – Os desafios na visão da cadeia de lubrificantes e seu impacto na sustentabilidade”.

Em “Motores a combustão movidos a hidrogênio, veículos pesados”, Nathaniel Cain, da Afton Chemical, fez minuciosa explanação sobre as legislações de emissões veiculares  no mundo, considerações sobre a cadeia de abastecimento, alternativas de trem de força, hidrogênio e lubrificantes; seguido por apresentação de Fernanda Ribeiro, da Iconic, sobre “O impacto da qualidade do lubrificante na estratégia de descarbonização”, em que fez amplo diagnóstico do setor de óleo lubrificante no Brasil, sustentou a elevada qualidade dos produtos distribuídos no País, mas destacou, sobretudo, a falta de correspondência do mercado, quase sempre atraído por preço.

Um dos pontos altos da 16ª edição do Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos foi a participação de Thiago Almeida, sócio da Viação Novacap, do Rio de Janeiro, que, por meio da palestra “Proconve P8 – Os desafios na visão do consumidor B2B”, mostrou a realidade do relacionamento técnico-comercial entre os fabricantes de veículos/de lubrificantes e os frotistas de pesados quando o tema é sustentabilidade. “Todos nós a queremos e almejamos. Mas tudo tem custo. Se não conseguirmos conciliar, a conta vai para o consumidor final. E isso não é bom”, alertou.

A exemplo do painel I, este bloco de apresentações também teve uma sessão de debates, mediada por Rodolfo Ferreira, da Afton.

Melhores papers do SIMEA – Ao final do Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, os organizadores do SIMEA 2023 – Seminário Internacional de Engenharia Automotiva, organizado e promovido pela AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, homenageram os melhores trabalhos técnicos.

Fonte: Portal da Autopeça

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