Desde o início do mês, os Estados Unidos estão aplicando tarifas sobre a importação de carros e autopeças, conforme anunciado pelo ex-presidente Donald Trump
Embora fabricados em solo americano, muitos desses veículos utilizam componentes vindos de países como México e Canadá. A Casa Branca informou que a medida também alcançará “algumas partes automotivas”, o que pode elevar os custos de produção. Esse aumento tende a ser repassado aos consumidores finais, incluindo os brasileiros. Especialistas já apontam que as chamadas Tarifas de Trump podem inflacionar os preços de carros importados no Brasil.
Em 2024, cerca de 6 mil unidades desses modelos foram comercializadas no país, segundo a Fenabrave. Apesar de ser uma fatia pequena do mercado total de veículos novos, o impacto no bolso dos consumidores pode ser considerável.
Projeções da Cox Automotive indicam que o preço médio dos carros novos nos EUA pode subir até 20%. Se as montadoras transferirem integralmente os 25% de aumento, o Brasil deve acompanhar essa alta. A política tarifária também pode influenciar decisões de investimento, a exemplo da Hyundai, que anunciou aportes nos EUA após a divulgação da medida.
O setor de autopeças brasileiro não deve escapar dos reflexos. Em 2023, o país exportou US$ 308 milhões em componentes, conforme dados do G1. Se as tarifas americanas alcançarem esse segmento – decisão postergada para até 3 de maio –, as empresas locais que fornecem peças podem perder competitividade. Assim, o imposto de 25% sobre carros e autopeças importados nos EUA reverbera no mercado automotivo brasileiro.
Há ainda o risco de uma escalada comercial. Caso o Brasil responda com tarifas retaliatórias, exportações de produtos como café e carne podem ser afetadas. Por ora, o governo brasileiro mantém uma abordagem prudente, priorizando o diálogo.