A venda de automóveis e comerciais leves usados atingiu 11,2 milhões de unidades no acumulado de 2021. O resultado superou em 2,3% o recorde para o segmento, alcançado em 2019. O número também foi 18,8% mais alto que o de 2020, ano prejudicado pelo fechamento de Detrans e revendas, sobretudo no primeiro semestre com o início da pandemia de Covid-19.
Os números foram divulgados na segunda-feira, 10, pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários. Para cada veículo leve zero-quilômetro vendido em 2021 foram negociados 5,7 usados.
Com a escassez de veículos zero-quilômetro em razão de paralisações nas montadoras durante todo o ano passado, as transações de usados até novembro já haviam superado a barreira de 10 milhões de veículos leves. Dezembro foi mais um mês forte por causa de seus 23 dias úteis. Teve 901,8 mil veículos leves negociados, 4,4% a mais que no mês anterior.
“Como o mercado de novos foi bastante impactado pela crise global de abastecimento de componentes, muitos consumidores buscaram opções entre os seminovos e usados”, recorda o novo presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior.
Ainda de acordo com a entidade, os modelos leves com até três anos de fabricação responderam por 12,1% das transferências em 2021.
Quase 400 mil caminhões usados no ano
As transações de caminhões de segunda mão somaram em dezembro 27,8 mil unidades. O total foi 5,6% menor que o de novembro, mas o acumulado do ano teve 397,2 mil unidades e aumento de 19,2% sobre o ano anterior. A cada caminhão zero-quilômetro emplacado em 2021, 3,1 modelos de segunda mão trocaram de dono.
A venda destes usados esteve tão aquecida no ano passado que no acumulado até novembro eles já haviam superado o recorde anual do setor (obtido em 2019, com 364 mil caminhões transferidos).
Maior alta anual ocorreu para os ônibus
Dezembro teve a negociação de 3,9 mil ônibus usados, anotando pequena alta de 3,2% sobre novembro. No acumulado do ano foram 43 mil unidades. O confronto com 2020 indica crescimento de 28,1%, o maior entre todos os tipos de veículos.
Essa alta, no entanto, ocorreu sobre um ano bastante ruim: em 2020 foram negociados apenas 33,6 mil ônibus usados em todo o País. Como se sabe, o setor foi bastante afetado pela Covid-19. A retração no turismo e a queda nas renovações de frota urbanas e rodoviárias em razão da pandemia tiveram forte impacto no setor.
A venda de modelos zero-quilômetro teve apenas 17,8 mil unidades em 2021, um total 2,5% menor na comparação com o ano anterior. A baixa procura por modelos novos impediu movimentação maior entre os modelos de segunda mão. Com isso, a taxa anual de usados versus novos foi de apenas 2,4 para 1, a mais baixa entre os veículos.
Motos usadas também batem recorde: 3,26 milhões
As transferências de motos usadas em dezembro somaram 254,6 mil unidades, total 0,4% maior que em novembro. O acumulado do ano teve 3,26 milhões de unidades negociadas. Esse total foi 17,5% mais alto que o de 2020. Assim como os caminhões, as motos de segunda mão já haviam quebrado em novembro o recorde anual, obtido em 2019 com 2,98 milhões de transferências.
Em 2021, a cada moto zero-quilômetro entregue, 2,8 usadas mudaram de mãos. O setor de motos (novas e usadas) vem sendo puxado pelos serviços de entrega. E a baixa oferta de modelos zero-quilômetro também contribuiu com o aquecimento do mercado de segunda mão, assim como ocorreu entre os automóveis e comerciais leves.