Autor Marcelo Cavalcante de Lima
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O setor de autos e leves fechou o 2º decêndio de abril com 98.830 unidades vendidas, registrando um crescimento em relação ao mês anterior de 8,08%.
A média diária nesse período é de 7.602 unidades, o mês tem apenas 18 dias úteis contra 23 de março, os dados atuais projetam vendas de entre 143 mil até 152 mil unidades.
No acumulado do ano já foram vendidos 536.634 veículos, esse volume representa um crescimento em relação ao ano de 2022 de 15,74% e uma queda de 24,89% quando comparado com o período pré-pandemia, se o ritmo de vendas for mantido, o quadrimestre quando excluído os anos de 2020 e 2022, fechará como o pior resultado dos últimos 14 anos.
O varejo vendeu nesse período 51.496 unidades, o que representa uma participação de 52,11%, concessionários relatam quedas nos fluxos de lojas e na qualidade dos leads recebidos.
A queda na participação do varejo não é nenhuma novidade, mas pouco foi feito nesse período para reverter essa tendência e dependência das carteiras do atacado. É importante ressaltar que as vendas diretas são importantes para o desempenho do setor, o problema não é o seu crescimento, que inclusive tem espaço para melhorar e sim a recuo das vendas e participação do varejo, não são formatos de vendas concorrentes, fabricantes tem estratégias diferenciadas para cada uma das modalidades. Destacamos também que temos excelentes exemplos de marcas que ganharam participação nos dois formatos de venda nos últimos anos.
Recuperar o mercado é sempre uma tarefa difícil, fabricantes e concessionárias precisam fortalecer suas relações com seus clientes e criar novas estratégias de atratividade, existe um excesso de expectativa da eficiência dos leads, mas esse é assunto para outro artigo.
Equipes bem treinadas e motivadas, foco na qualidade de atendimento, estruturas adequadas e fortalecimento do pós-vendas, são fundamentais para a busca de melhores resultados no varejo, o momento exige boas estratégias, para que recursos não sejam perdidos em ações que não gerem os objetivos esperados, sacrificar margens sem aumentar volumes podem comprometer ainda mais o desempenho do setor e futuros investimentos.
Não existe uma solução única para aumentar as vendas do varejo, os modelos de entrada não serão relançados no curto prazo, e essa não é uma alternativa para todas as marcas, assim como não teremos quedas significativas nos juros nos próximos meses, a solução de focar em modelos com maior valor agregado foi fundamental para preservar investimentos, mas limitou a capacidade de reação e crescimento. As tendência são políticas comercias mais agressivas nos próximos meses, alinhados com boas estratégias, ou realinhar as expectativas e projeções para o ano de 2023, até as marcas que fecharam 2022 com excelentes resultados começaram a reclamar, como Fiat, Toyota, Jeep e Hyundai.
COMPARATIVO DE MARCAS – VENDAS MENSAIS
Na análise acima é possível comparar as vendas com os períodos de 2022, onde tivemos uma queda nas vendas em função do agravamento da crise dos semicondutores no primeiro semestre, com o ano de 2021 e com o período pré-pandemia.
Entre as 10 marcas de volume apenas a Toyota registrou crescimento em relação ao ano de 2021 e Fiat e Jeep superam o realizado no período pré-pandemia, o que justifica a preocupação do setor com o fechamento do primeiro trimestre.
A Fiat permanece com a primeira posição do mês e do acumulado do ano, sua carteira de abril está concentrada 62% no atacado, suas vendas totais avançam 16,28% em relação ao ano de 2022, mas registram queda de 8,71% na comparação com o mesmo período de 2021.
A GM segue seu ciclo de recuperação e consegue manter sua participação no mês acima dos 17%, parcialmente justificada pelo bom volume de vendas de seu novo lançamento, suas vendas acumuladas anotam um crescimento de 37,51% em relação ao fraco desempenho de 2022, caem 2,72% na comparação com 2021 e recuam 31% em relação ao período pré-pandemia.
A VW completa o trio de marcas de volume, sua carteira está concentrada 53% no atacado, suas vendas totais anotam um crescimento de 69% em relação ao fraco desempenho de 2022, caem 30,18% na comparação com 2021 e recuam 27,97% com o período pré-pandemia.
A Toyota é o grande destaque do mês, tendo anunciado um novo investimento de R$1,7 bilhões para o ano de 2023/2024, a marca japonesa mais uma vez consegue ganhar espaço em momentos adversos, bons processos, foco constante em qualidade de atendimento e de produtos, modelos híbridos e o fortalecimento de sua rede, são alguns dos quesitos que justificam o bom desempenho da marca. Sua carteira de abril está concentrada 70% no varejo, suas vendas acumuladas estão estáveis em relação ao ano de 2022, crescem 21,89% na comparação com 2021 e recuam 14,34% ante o período pré-pandemia.
Na linha Premium o destaque permanece com a BMW, sua fábrica no Brasil vai completar 9 anos em 2023 e segue nacionalizando produtos, a fábrica que foi inaugurada em 2014 já recebeu mais de R$1,8 bilhões de investimentos, atualmente são fabricados no Brasil BMW Série 3, BMW X1, BMW X3 e a BMW X4. A unidade tem capacidade instalada para produzir 35 mil veículos por ano, mas atualmente produz em torno de 10 mil unidades. Suas vendas totais anotam um crescimento de 5,17% em relação ao ano de 2022 e avançam 17,23% ante o período pré-pandemia.
A Volvo segue na segunda posição dos veículos Premium, suas vendas acumuladas crescem 60% em relação ao ano de 2022 e avançam 20,44% ante o período pré-pandemia.
NOVAS ENERGIAS – PARCIAL ABRIL
Foram vendidos em abril até o dia vinte e quatro 398 veículos elétricos, a liderança é da Volvo com 122 unidades, seguida pela BYD com 89 e a BMW com 55 veículos.
Na linha híbrida foram vendidos até o dia vinte e quatro 3.137 veículos, a liderança é da Toyota com 1.189 unidades, seguida pela Chery com 677 veículos e fecha o trio a Land Rover com 268 unidades, a Volvo está com a quarta posição com 224 veículos.
RANKING DE MODELOS – PARCIAL 20/04/2023
Boas Vendas e desejo um ótimo fechamento de mês.
