Por: Marcelo Cavalcante
No mês de março o segmento de veículos elétricos e híbridos vendeu 17.966 unidades, na comparação com o mês de fevereiro as vendas registraram um crescimento de 10,49% e quando comparamos com o mesmo período de 2024 o segmento avança 33%.
No acumulado do ano já foram vendidas 50.723 unidades, volume 40,60% acima do realizado em 2024, desde o ano de 2012 já foram vendidas 398.141 unidades de veículos elétricos e híbridos.
Os veículos híbridos plug-in fecharam o trimestre com uma participação de 37,67%, com vendas totais de 19.109 unidades, registrando um crescimento de 85% ante o ano anterior.
Os modelos 100% elétricos venderam 12.972 unidades, com uma participação de 25,57%, as vendas dessa tecnologia registraram queda de 8% em comparação com o ano de 2024.
Os híbridos leves com a chegada da Fiat registram um crescimento no trimestre de 198%, com vendas totais de 11.253 veículos.
Os híbridos puros (HEV) anotam uma queda de 6% ante o ano de 2024, com vendas no trimestre de 7.389 veículos.
A BYD liderou as vendas de eletrificados com 21.678 unidades, registrando um crescimento de 45,25% ante o ano de 2024.
A Fiat assume a vice liderança com vendas totais de 7.400 veículos a GWM fecha o trio com 6.693 unidades e um crescimento de 16,68%.
O segmento concentra 95% de suas vendas em 10 marcas, no primeiro trimestre 51 marcas de veículos realizaram alguma venda de elétricos e híbridos.
O consumidor deve ficar atento pois muitos modelos que foram importados com as alíquotas mais baixas devem deixar o mercado em função do baixo volume de vendas, prejuízo nesses casos é garantido.
Outro agravante para o consumidor é a dinâmica de lançamentos e atualizações das marcas chinesas, alguns modelos são atualizados com menos de seis meses no mercado, principalmente no quesito de capacidade de bateria, não tem chororô a depreciação tende a ser maior, mas em contrapartida tem a opção de trocar direto na marca, onde o prejuízo é menor, deixando claro que carro a muito tempo deixou de ser um investimento.
Para o ano teremos muitas novidades, algumas já em andamento como a Neta, Zeekr, GAC, OMODA I JAECOO, Geely, Leapmotor, Cadillac, Riddara.
Além das novas entrantes, as montadoras já instaladas também vão reforçar o segmento com a fabricação nacional de diversos modelos, com tecnologias HEV e MHEV.
Obviamente esse mar de importações de carros será alvo de debate pelas entidades que representam as montadoras instaladas, principalmente pela prorrogação do início da produção local das novas entrantes.
MODELOS 100% ELÉTRICOS
O BYD/Dolphin Mini liderou as vendas de modelos elétricos no trimestre, foram vendidos 6.554 unidades, registrando um crescimento de 163%, destacando que em 2024 as vendas do modelo iniciaram em março, as vendas médias nesse trimestre estão estáveis em relação ao ano anterior.
O BYD/Dolphin ficou com a segunda posição, não existe nenhuma dúvida que parte dos consumidores migraram para a versão menor, nesse trimestre foram vendidos 1.960 unidades, registrando uma queda de 63% em comparação com o ano de 2024.
O Volvo EX30 fecha o trio com 909 vendas, o modelo foi oficialmente lançado apenas em maio de 2024, e teve uma média de vendas mensais no ano anterior de 340 veículos.
Muitos modelos de elétricos estão registrando queda nas vendas nesse trimestre, o que pode sinalizar uma mudança de estratégia, destacando que a tecnologia registrou queda de 8% nesse 1.º trimestre, mesmo já contando com o aporte do EX30 da Volvo e do BYD/Dolphin Mini.
MODELOS PLUG-IN (PHEV)
Os veículos com tecnologia plug-in lideraram as vendas de eletrificados no 1.º trimestre, registrando um crescimento de 85%.
O BYD/Song foi o líder com 8.650 unidades, registrando um crescimento de 77,76%, na segunda posição temos o GWM/Haval 6 com 4.328 unidades e um crescimento de 91%, fecha o trio o BYD/King com 3.057 entregas.
A pergunta que fica é o que justifica esse crescimento e o aumento de participação, em primeiro lugar a oferta de novas versões com preços mais atrativos que acabaram migrando consumidores de todas as marcas, por exemplo a versão mais barata do BYD/Song teve uma participação de 70% nas vendas do modelo, a versão mais barata do GWM/Haval 6 teve uma participação de 48% nas vendas do modelo.
Outra grande vantagem para o consumidor são os pacotes de opcionais oferecidos já nas versões de entrada, por menos de R$200 mil você tem a sua disposição uma gama de opcionais oferecidos somente na linha Premium.
A autonomia e o tipo de utilização também é outra vantagem, dependendo do uso e da disciplina do usuário, você pode rodar na cidade somente na condição elétrica.
E não podemos esquecer que em algumas cidades você tem o benefício de redução ou isenção de IPVA.
MODELOS HÍBRIDOS PUROS (HEV)
Os híbridos puros (HEV) registraram queda nas vendas no primeiro trimestre de 6%, com vendas de 7.389 unidades.
A liderança foi do Toyota/Corolla Cross com vendas de 2.245 unidades, registrando uma queda de 29,34% em relação ao mesmo período de 2024, o modelo por anos surfou quase que sozinho na onda de eletrificados, agora tem muitos concorrentes, as novas atualizações reduzem os pecados cometidos em seu lançamento, a marca tem uma legião de fãs que tiveram paciência para aguardar simples atualizações, agora precisa correr atrás do prejuízo.
Na segunda posição temos o Toyota/Corolla, com vendas totais de 1.485 unidades, o sedan sobrevive em um mar de SUVS e registra um crescimento de 10,74%. O modelo segue com uma legião de admiradores que vão garantindo um bom volume de vendas.
Fecha o trio o GWM/Haval 6 na versão HEV, com vendas totais de 1.439 unidades, registrando uma queda de 9,33% ante o ano anterior.
Os modelos com tecnologia HEV seguem sendo uma ótima opção para a nossa transição energética, a chegada do Toyota/Yaris Cross vai dar um bom impulso para essa tecnologia.
É importante ressaltar que a dentro da tecnologia HEV existem grandes diferenças de funcionamento a depender do modelo e fabricante, em outro artigo vamos debater mais sobre o assunto.
MODELOS HÍBRIDOS LEVES (MHEV)
Os híbridos leves foram o destaque do 1.º trimestre, com vendas totais de 11.253 unidades, registrando um crescimento de 198% ante o ano anterior.
O Fiat/Fastback liderou as vendas com 4.004 unidades, seguido o pelo Fiat/Pulse com 3.396 e fechou o trio o Caoa Chery/Tiggo 7 com 444 entregas.
A Fiat fez uma boa leitura do mercado ao escolher a tecnologia híbrida leve para a sua transição na eletrificação, a divulgação do produto foi muito clara e objetiva, não fez falsas promessas, os novos modelos ganham em pequena redução de consumo, mas foram fundamentais para a adequação das novas normas de emissões, sem necessitar repassar aos sofridos consumidores grandes aumentos de custos.
Outras marcas devem seguir por esse caminho e garantir de forma democrática o acesso dos consumidores a essa transição.