Vendas e produção de motos devem fechar 2024 com melhor resultado dos últimos 13 anos

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8 minutos de leitura

Por: Marcelo Cavalcante

Em novembro, o setor duas rodas fechou com uma venda acumulada de 1.723.971 unidades. Foi o melhor desempenho dos últimos 13 anos, em relação ao ano anterior. O volume registra um crescimento de 19% e quando analisamos com o ciclo pré pandemia as vendas avançam 75%.

Nossa projeção para o fechamento do ano são vendas entre 1.865.000 a 1.880.000 unidades, o que representa o terceiro maior volume de vendas de toda a história do setor, ficando apenas atrás do recorde de 2011 quando foram vendidos 1.940.531 e de 2008 com 1.925.367 entregas.

A produção acumulada até novembro foi de 1.624,4 milhões de unidades, registrando um crescimento de 11,6% em relação ao ano de 2023, o que equivale a mais de 169 mil motos, a projeção de fechamento da Abraciclo para o ano era de 1.720 milhões de unidades, mas esse volume deve ficar próxima a 1.800.000.

O segmento duas rodas é hoje a principal mobilidade em 18 Estados, 100% da Região Nordeste tem vendas de motos superando a de autos e leves, na Região Norte apenas em Roraima autos superam motocicletas, no Centro-Oeste duas rodas lideram no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e na Região Centro-Oeste o Rio de Janeiro desde 2020 tem como principal mobilidade o veículo duas rodas.

Queda no poder aquisitivo, aumento dos combustíveis, tem migrado parte dos consumidores para o setor duas rodas.

O Estado de São Paulo lidera as vendas de motos com 335.084 registros acumulados até novembro, avançando 17,29% ante o ano anterior

O Rio de Janeiro é o segundo Estado com maior volume de vendas com 136.482 unidades, seguido por Minas Gerais com 125.478 e Bahia com 111.389 unidades.

O Paraná foi o segundo Estado que mais registrou crescimento até novembro, anotando vendas de 77.904 unidades e crescendo 47,64% ante o ano anterior, parcialmente justificado pelo grande volume emplacamentos da locadora Mottu em Curitiba, somente no mês de novembro mais de 4.000 unidades.

A Região Sudeste lidera as vendas de motos com 36,88% de participação, seguida pelo Nordeste com 30,76%, Norte com 12,87%, Centro-Oeste com 9,87% e o Sul com 9,61%

Todas regiões registraram crescimento, Sudeste 16,70%, Nordeste 18,20%, Norte 18%, Centro-Oeste cresceu 21% e Sul avançou 30,80%.

RANKING GERAL DE MARCAS

A Japonesa Honda é líder de vendas a meio século, a marca emplacou até novembro 1.181.232 unidades, volume 13,37% acima de 2023 e 51,66% maior que o ciclo pré pandemia. A Honda Motos está no Brasil desde o ano de 1.971, sua produção Nacional teve início no ano de 1.976 na Zona Franca de Manaus, em outubro de 2024 a montadora comemorou 30 milhões de motos produzidas no Brasil.

Na segunda posição temos a também Japonesa Yamaha, com vendas acumuladas de 308.539 unidades, avanço de 14,93% ante o ano anterior e crescimento de 124% quando comparado com o ciclo pré pandemia. A marca está no Brasil desde 1.970, sua primeira fábrica foi inaugurada em Guarulhos no ano de 1.974, em 1.985 mudou a produção para Zona Franca de Manaus.

Fecha o trio a Chinesa Shineray com vendas de 68.908 unidades, a marca produz seus veículos em Pernambuco, sua fábrica foi inaugurada em 2015 e vai bater este ano seu recorde de vendas e produção.

A Mottu que está na 4.ª posição nasceu com o objetivo de locar motos, mas desde maio também comercializa seu único modelo Sport 110, sua fabricação é feita pela Indiana TVS e montado na fábrica da Dafra em Manaus, até novembro foram emplacados 51.740 unidades.

A também indiana Bajaj que é uma das maiores fabricantes de motos do mundo, está ampliando sua rede, sua fábrica em Manaus tem o objetivo para o ano de 2025 de produzir 20.000 unidades.

Já deu para perceber que estamos tendo um grande movimento de marcas indianas e chinesas chegando no Brasil, obviamente a fatia que está no prato é a participação das duas maiores fabricantes nacionais.

O segmento de motos Premium segue crescendo, com a BMW liderando com 13.902 vendas e um crescimento de 10% ante o ano anterior, seguida pela Triumph com 11.122 unidades e avançando 87%.

Na contramão do mercado temos a Harley Davidson que emplacou apenas 1.776 unidades, registrando uma queda de 0,11% ante o ano anterior e recuando 67% quando comparada com o período pré pandemia.

RANKING DAS 20 MOTOS MAIS VENDIDAS ATÉ 30.11.2024

As seis motos mais vendidas em volume total até novembro de 2024 são Honda, ficando a Honda/CG 160 com a primeira posição, com 395.138 emplacamentos, seguida pela Honda/Biz com 255.379 e fecha o trio a Honda/Pop com 154.308 unidades.

PERSPECTIVAS PARA O FECHAMENTO DO ANO

Nas últimas duas décadas o setor duas rodas viveu vários ciclos, em 2011 tivemos recorde de vendas de 1.940.531, que foram seguidos por seis anos consecutivos de quedas, em 2017 chegamos ao fundo do poço com 851 mil vendas.

Em 2018 iniciamos um novo ciclo, que foi turbinado pela pandemia, crescimento das frotas de entregas, novas marcas, migração do setor quatro rodas, maior oferta de crédito, aumento das carteiras de consórcio, em 2024 com exceção do ano da pandemia, fechamos 6 anos de crescimento.

O aumento dos juros tende a ser um limitador de crescimento para o ano de 2025, principalmente com a perspectiva de crescimento da Selic para as próximas duas reuniões do BC. É preciso destacar as taxas para o setor duas rodas em Bancos que não são das montadoras são bem mais elevadas que o segmento automotivo.

O ano vai fechar com chave de ouro e com gostinho de poderíamos mais, o senão para 2025 serão a perspectiva do aumento dos juros e seus impactos nas ofertas de crédito, mas por enquanto nossa aposta é 2025 no azul com aumento entre 5% até 7% nas vendas.

Dedico esse artigo ao Sr. Renato Cesar Scarante e suas contribuições ao setor, empresário que por mais de 40 anos se dedicou ao segmento duas rodas e fez sua passagem no mês de dezembro. Tenho certeza que vai deixar saudades, grandes amigos e muita história para contar.

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