A Volkswagen vai parar por três semanas do mês que vem um dos dois turnos da fábrica de Taubaté, no interior paulista, pelo mesmo motivo que há mais de um ano causa interrupções na produção da indústria automotiva: a falta de componentes eletrônicos.
Conforme informações do sindicato local, a fábrica de Taubaté, onde são produzidos os modelos Gol e Voyage, terá férias coletivas entre 8 e 26 de agosto em um turno de produção, o que representa cerca de 800 trabalhadores.
A montadora confirma que protocolou férias coletivas de 20 dias em razão da falta de semicondutores. Já na próxima sexta-feira, antes das férias, a fábrica toda vai parar, também por falta de peças.
Em São José dos Pinhais (PR), onde a Volks monta o utilitário esportivo T-Cross, a produção volta na segunda-feira, após três semanas de paralisação completa. No ABC, após o retorno, no início do mês, do pessoal das férias de dez dias, a montadora reduziu em 24% a jornada de trabalho nas áreas de produção, e em 12% os salários, porque não há peças suficientes para manter o ritmo da fábrica, que produz os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.
Depois de uma situação mais crítica, desde o início da crise de semicondutores, o abastecimento na indústria de aparelhos eletrônicos apresentou sinais de melhora, embora longe de uma situação que possa ser considerada normal.
Conforme sondagem feita no mês passado com associados pela Abinee, entidade que abriga fabricantes de produtos como notebooks, smartphones e TVs, a dificuldade na aquisição de componentes e matérias-primas, relatada por 47% das empresas, caiu em relação ao porcentual de maio (61%) e está no menor nível desde agosto de 2020. (Estadão Conteúdo)